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As informações foram colhidas pelo Ministério Público Estadual na tarde desta quarta-feira, 11. A servidora, segundo uma testemunha ouvida, é Paula Sayuri Nagamati. É auditora da Secretaria Municipal de Finanças e já tinha sido ouvida pelo MPE na condição de testemunha. Um de seus depoimentos ligou o então secretário Antonio Donato (PT) à quadrilha, e Donato terminou por ser afastado. Em outro, ela disse que o ex-secretário Walter Aluísio e seu adjunto, Silvio Dias, frequentavam uma sala comercial alugada pelo suposto chefe da quadrilha, Ronilson Bezerra Rodrigues.
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Os pagamentos mensais ocorreram no ano de 2012, segundo a testemunha, período em que Paula ocupou a chefia de gabinete da Secretaria Municipal de Finanças. O dinheiro seria para que ela abastecesse a quadrilha de informações sobre a secretaria. A testemunha disse ainda que Paula chegou a ser cotada para chefiar a sala do Edifício Andraus onde a propina era cobrada, mas que ela não se adaptou ao esquema.
Segundo sua advogada, Thais Pires Monteiro, Paula vê a acusação com estranheza e se descreve como uma testemunha do esquema. Já os outros dez fiscais recebiam 15% de comissão de alguns casos de propina. A testemunha disse ao promotor Roberto Victor Bodini que esses servidores, que ainda estão na secretaria, atraiam as incorporadoras para a propina. "Eles chegavam na empresa e falavam: 'Olha, não leva o processo lá (na sala onde a quadrilha trabalhava), porque ali só tem bandido', e faziam eles mesmos (os auditores) o processo com os fiscais da máfia", disse o promotor. Os nomes dos novos fiscais não foram divulgados pelo promotor, que afirmou ser preciso colher mais provas contra os suspeitos.
Construtora
O Ministério Público teve confirmação de que a incorporadora Tarjab pagou cerca de R$ 690 mil à quadrilha do ISS entre os anos de 2007 e 2012. É a primeira confirmação após a descoberta da contabilidade da quadrilha do ISS, com uma lista de 410 processos fraudados. "Já tínhamos informação de que a Tarjab estava envolvida antes de descobrir a lista", disse o promotor Bodini.
A testemunha disse que a primeira propina foi paga por imposição de Amilcar Cançado Lemos, tido como criador do esquema. "Antes dele, havia uma discussão técnica sobre o valor do ISS a ser pago. Quando ele (Lemos) chegou, disse que era ele quem mandava e passou a elevar o valor do imposto. Depois, ofereceu a vantagem do desconto", disse Bodini. As empresas Brookfield e Alimonti também já tinham confirmado o esquema. A Tarjab diz que não pode dar detalhes sobre o caso.