Arábia Saudita: troca de príncipe envolve 'golpe' e drogas, diz jornal

Segundo o 'The New York Times', Nayef foi pressionado a abdicar do seu direito ao trono; ele ainda teria 'problema com drogas'

© Handout/Reuters

Mundo Herdeiros 19/07/17 POR Notícias Ao Minuto

A troca feita no mês passado na linha sucessória da Arábia Saudita envolveu uma trama digna de filmes de ficção, de acordo com reportagem publicada nesta quarta-feira (19) pelo jornal norte-americano "The New York Times".

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No dia 21 de junho, foi anunciado em Riad que o rei saudita Salman bin Abdulaziz Al Saud havia decidido trocar o príncipe herdeiro, substituindo o seu sobrinho, Mohammed bin Nayef, pelo seu filho Mohammed bin Salman.

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A decisão foi resultado de um "golpe" tramado nos bastidores por Salman, adicionado a um “problema com drogas” que Nayef teria, segundo informaram fontes ligadas à Casa Branca e ao governo saudita ao jornal dos Estados Unidos.

Na versão apresentada pela publicação, Nayef foi pressionado a abdicar do seu direito ao trono às vésperas do anúncio de Salman como o novo herdeiro. Nos Estados Unidos, a troca não foi bem vista a princípio, sobretudo pelo trabalho feito por Nayef em eliminar a Al-Qaeda da Arábia Saudita e outras ações de combate ao terrorismo encabeçadas por ele.

Entretanto, um oficial ligado à família real saudita negou que tenha existido qualquer pressão, tampouco que Nayef esteja sendo mantido isolado em um palácio, longe do contato com outras autoridades do país.

O início da 'briga'

A rivalidade na luta pela linha sucessória começou há pouco mais de dois anos, quando o rei saudita Salman bin Abdulaziz Al Saud ascendeu ao poder na Arábia Saudita.

Uma de suas primeiras medidas foi dar consideráveis poderes ao filho Salman, que se tornou ministro da Defesa, assumiu um poderoso conselho econômico local e ganhou uma posição na companhia estatal de petróleo, a Saudi Aramco.

Dentro do país, enquanto alguns veem Salman como o líder do futuro que os sauditas necessitam, outros o criticam por ter colocado a Arábia Saudita em situações complicadas, como o conflito com o Iêmen e o congelamento das relações com o Qatar.

Um outro aspecto que é considerado importante para explicar as tensões políticas internas na Arábia Saudita seria a ausência do Rei Salman e do seu filho na reunião de cúpula do G20, realizada no início do mês na Alemanha. Um deles sempre esteve presente nas três edições anteriores, e especula-se que tenham preferido ficar no país em um momento conturbado.

Resta saber se a sucessão saudita e suas alterações são uma turbulência passageira ou se possuem um potencial de desestabilização do reino, peça-chave na política dos Estados Unidos na região, sobretudo para contrapor países como o Irã. Com informações do Sputnik Brasil.

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