Com volume de negociações baixo, dólar cai a R$ 3,12

Expectativa de que o aumento de impostos ajudará o governo a manter a meta de deficit fiscal também colaborou para a queda

© Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

Economia MERCADO FINANCEIRO 20/07/17 POR Folhapress

O volume baixo de negociações e a expectativa de que o aumento de impostos ajudará o governo a manter a meta de deficit fiscal devolveram o dólar ao patamar de R$ 3,12 nesta quinta-feira (20). Na Bolsa, a estreia das ações do Carrefour Brasil atraiu as atenções dos investidores.

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O dólar comercial teve queda de 0,69%, para R$ 3,128. É o menor nível desde 16 de maio, dia anterior ao vazamento da notícia da delação do empresário Joesley Batista, da JBS.

+ Além de aumentar impostos, governo deve elevar contingenciamento

O dólar à vista, que fecha mais cedo, recuou 0,63%, para R$ 3,133, menor patamar desde 17 de maio.

Para Adeodato Netto, estrategista da Eleven Finacial, o volume reduzido contribuiu para a quinta desvalorização seguida da moeda americana. "É um pouco de marasmo, de letargia", afirma. "O investidor internacional está entrando na Bolsa, contribuindo para o fluxo. Qualquer entrada provoca diferença no fluxo e pressiona o câmbio para baixo."

As ofertas de ações na Bolsa também são apontadas por Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets, para a depreciação do dólar. "Os IPOs melhoram os fluxos de entrada nessas operações. Além do Carrefour, tem algumas outras ofertas já engatilhadas que atraem recursos para cá."

O alívio no mercado de commodities, com recuperação dos preços do minério e do petróleo no mês, contribui para tirar pressão do dólar. No exterior, a moeda americana fechou sem uma direção definida. Das 31 principais moedas do mundo, 18 ganharam força ante o dólar nesta quinta.

O Banco Central manteve a atuação no mercado cambial e vendeu a oferta de 8.300 contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) com vencimento em agosto. Com isso, já rolou US$ 3,735 bilhões do total de US$ 6,181 bilhões que vence no próximo mês.

O CDS (Credit Default Swap, espécie de seguro contra calote) fechou em baixa de 2,34%, aos 211,2 pontos. Foi a décima queda seguida do CDS, uma espécie de termômetro de risco-país.

"O CDS está ligado à percepção de risco da economia brasileira. Se Brasília não atrapalhar, a economia anda. Há geração de emprego, a queda de juro é estrutural e o governo está atuando para cumprir a meta fiscal. Existe uma combinação de fatores positivo", diz Netto.

Nesta quinta, o governo assinou decreto que autoriza o aumento de impostos sobre combustíveis. O objetivo é arrecadar cerca de R$ 11 bilhões neste ano com o aumento do PIS/Cofins dos combustíveis, que recairá sobre a gasolina, diesel e etanol. As medidas são necessárias para cumprir a meta oficial de chegar até o fim do ano com deficit de R$ 139 bilhões.

BOLSA

O dia foi de estreia das ações do Carrefour na Bolsa brasileira. Os papéis encerraram a sessão com queda de 0,67%, para R$ 14,90.

Para Netto, estrategista da Eleven Finacial, apesar do recuo, a estreia pode ser considerada bem-sucedida. "Em um dia sem volume, com Bolsa fraca, o Carrefour conseguiu fazer uma oferta grande virar. É uma operação de sucesso sim, porque em um dia ruim a empresa conseguiu colocar de pé a maior operação dos últimos tempos", afirma.

Os papéis atraíram um grande volume de negociações na Bolsa nesta quinta: mais de R$ 500 milhões. Como comparação, o giro financeiro no Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, foi de R$ 5,85 bilhões. O índice fechou em baixa de 0,37%, para 64.938 pontos.

As ações da mineradora Vale pressionaram em baixa o Ibovespa nesta quinta. Os investidores reagiram negativamente à estimativa da empresa de que a produção de minério de ferro deve ficar na parte inferior da faixa projetada para o ano.

Os papéis preferenciais da empresa caíram 3,71%, para R$ 26,97. As ações com direito a voto recuaram 3,95%, para R$ 28,72. O preço do minério de ferro teve queda de 3,12% nesta sessão.

As ações mais negociadas da Petrobras fecharam em baixa de 0,98%, para R$ 13,10. Os papéis ordinários tiveram desvalorização de 1,52%, para R$ 13,63. O dia foi de queda para os preços do petróleo no exterior.

No setor financeiro, os sinais foram mistos. As ações do Itaú Unibanco subiram 0,11%. Os papéis preferenciais do Bradesco fecharam em baixa de 0,34%, e os ordinários se desvalorizaram 0,87%. As ações do Banco do Brasil fecharam em alta de 0,88%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil perderam 0,19%. Com informações da Folhapress.

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