Temer sobre aumento de impostos: reclamação de empresários é natural

Presidente não acredita que a posição dos empresários possa ter impacto político

© Alan Santos/PR

Economia reação 21/07/17 POR Folhapress

O presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira (21), ao final da Cúpula do Mercosul, que "entende a reação da Fiesp" com relação ao o aumento dos impostos cobrados sobre os combustíveis anunciado nesta quinta-feira (20).

PUB

Temer disse que não acredita que a posição dos empresários possa ter um impacto político.

+ PF ainda não recebeu verba para retomar emissão de passaportes

"A reação deles é natural, ninguém quer tributo. Na verdade, quando todos compreenderem o motivo, que esse imposto é fundamental para incentivar o crescimento, para manter a meta fiscal, para alcançar a estabilidade do país, essa matéria logo será superada. Nós estamos dialogando, e creio que todos compreenderão."Acrescentou que, por enquanto, "não há previsão de aumentar outros impostos, mas haverá diálogo e observação sobre este tema."

E voltou a lembrar, "quando chegamos ao governo estávamos com a síndrome da CPMF, todos esperavam, achavam que nós iríamos voltar com a CPMF. Nós não o fizemos, agora, meses depois, viemos com esse aumento, que é apenas dos combustíveis."

Associações da indústria criticaram a decisão do governo Michel Temer de aumentar.

Em resposta, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) resgatou o pato, símbolo da campanha contra a recriação da CPMF em 2015 e nos protestos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

"Não cansaremos de repetir: Chega de Pagar o Pato. Diga não ao aumento de impostos! Ontem, hoje e sempre", diz a nota divulgada pela entidade.

A federação argumenta que o aumento do tributo vai recair sobre uma sociedade "já sufocada, com 14 milhões de desempregados, falta de crédito e sem condições gerais de consumo", o que vai levar a um agravamento da crise econômica.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) também defendeu que o governo ajuste suas contas cortando gastos no lugar de aumentar impostos.

Em nota, a entidade diz que o aumento "penalizará ainda mais as empresas, que estão com as finanças debilitadas pela recessão".

Nesta quinta, ao chegar a Mendoza, Temer já havia dito que "a população brasileira irá compreender [o aumento de impostos], "porque este é um governo que não mente, que não dá dados falsos."

ALTA NOS IMPOSTOS

O governo dobrou as alíquotas de PIS e Cofins da gasolina e elevou em 86% a do diesel. O resultado é que, a partir desta sexta (21), o litro da gasolina poderá sofrer reajuste de até R$ 0,41, e o do diesel, de R$ 0,21. No etanol, a alta poderá chegar a R$ 0,20.

O governo espera arrecadar R$ 10,4 bilhões até o final deste ano com a medida. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o aumento de tributos era a única saída neste momento para elevar as receitas do governo, que vêm diminuindo com a recessão.

Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, "tudo o que fazemos é para beneficiar o bolso do cidadão. Ganhando mais, com emprego e com menos inflação".

"A inflação está reagindo bem, está caindo bastante. O momento em que se poderia fazer esta medida era agora, quando há espaço ainda na inflação, com previsão de ficar abaixo da meta", disse o ministro em Mendoza.

Economistas preveem que a elevação das alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis deve adicionar entre 0,5 ponto e 0,6 ponto percentual à inflação de 2017.

No acumulado em 12 meses até junho, a inflação ficou em 3%, abaixo da meta oficial do governo, de 4,5%. Desde abril deste ano que o índice acumulado vem mais baixo do que a meta -algo que não ocorria desde agosto de 2010 e o mais baixo desde março de 2007, quando o indicador foi de 2,96%.

Além do aumento de impostos, o governo congelou mais R$ 5,9 bilhões em despesas, aprofundando o arrocho na máquina pública e pondo em risco a continuidade de serviços no próximo mês.

Em março, a equipe econômica já tinha bloqueado R$ 42 bilhões do Orçamento, mas pouco depois foi preciso liberar R$ 3 bilhões para gastos obrigatórios com saúde.

Em busca de apoio no Congresso para barrar a denúncia criminal apresentada pelo Ministério Público contra ele, o presidente Michel Temer também liberou R$ 1 bilhão para projetos patrocinados por parlamentares em suas bases eleitorais. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Polícia Federal Há 10 Horas

Bolsonaro pode ser preso por plano de golpe? Entenda

esporte Indefinição Há 10 Horas

Qual será o próximo destino de Neymar?

fama MAIDÊ-MAHL Há 11 Horas

Polícia encerra inquérito sobre Maidê Mahl; atriz continua internada

brasil Brasil Há 6 Horas

Jovens fogem após sofrerem grave acidente de carro; vídeo

justica Itaúna Há 10 Horas

Homem branco oferece R$ 10 para agredir homem negro com cintadas em MG

economia Carrefour Há 8 Horas

Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros, diz Fávaro, sobre decisão do Carrefour

fama Segunda chance Há 23 Horas

Famosos que sobreviveram a experiências de quase morte

brasil São Paulo Há 10 Horas

Menina de 6 anos é atropelada e arrastada por carro em SP; condutor fugiu

fama Documentário Há 2 Horas

Diagnosticado com demência, filme conta a história Maurício Kubrusly

fama Autobiografias Há 5 Horas

Celebridades que publicaram autobiografias reveladoras