Washington Olivetto critica campanhas de 'empoderamento feminino'

Para o publicitário, pautas de movimentos sociais caem no clichê e, em alguns casos, são oportunistas

©  Francisco Cepeda / AgNews

Brasil publicidade 24/07/17 POR Notícias Ao Minuto

O publicitário Washington Olivetto, um dos mais consagrados do país, condenou o uso de expressões como "pensar fora da caixa", "quebrar paradigmas", "desconstruir" e "empoderamento feminino" em propagandas. Para ele, as frases não passam de modismo.

PUB

"Uma coisa insuportável que a publicidade cria ciclicamente, que a sociedade cria, são clichês constrangedores do tipo "pensar fora da caixa", "quebrar paradigmas", "desconstruir", agora o "empoderamento feminino". Que são todos primos-irmãos de um baixo nível intelectual, são primos-irmãos do "beijo no seu coração". A gente tem que fugir desses clichês", disse, em entrevista à BBC Brasil.

+ Campanha marca Dia Internacional da Mulher Negra

Na opinião do publicitário, o conceito deve ser colocado em prática, e não divulgado. "O empoderamento feminino está participando de qualquer reunião. Empoderamento feminino se pratica, não se prega", afirma.

Olivetto, presidente da agência W/McCann e ganhador mais de 50 Leões no Festival de Publicidade de Cannes, avalia que a publicidade vem sendo pressionada por consumidores que buscam um discurso "politicamente correto".

"Tem um negócio que batizei de politicamente saudável, que são ideias que tenham irreverência, senso de humor, mas respeitem a inteligência das pessoas", conta.

A exploração de pautas provenientes de causas sociais pode ser oportuna ou oportunista, na visão do publicitário. "Tivemos uma experiência interessante no ano passado, que lutei para que não ficasse oportunista e acabou muito oportuna. Minha diretora de arte do Rio de Janeiro, que atende a L'Oréal, descobriu uma transgênera, fez um comercial dela com sua primeira carteira de identidade no dia internacional da mulher. Falei 'Não pode acabar nisso. Não pode ser um comercial que ganhe um prêmio, tem que virar uma coisa grande'. Ela virou a primeira porta-voz mundial transgênera da L'Oréal, virou capa da Vogue francesa, enfim, se tornou um fato verdadeiro", relembra ele.

O publicitário condena, no entanto, os "excessos" do politicamente correto. "Hoje, muitas editoras têm um personagem chamado leitor sensível. Sabe o que é isso? É um cara para ler os livros e detectar se tem algum trecho que vai dar problema com uma minoria. O leitor sensível é um censor disfarçado", critica.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Óbito Há 21 Horas

Detalhes sobre o funeral de Liam Payne são divulgados

mundo Uganda Há 21 Horas

Raio cai em igreja e mata 14 pessoas durante culto em Uganda

fama Cantora Há 23 Horas

Rihanna diz que torcia pela seleção brasileira e era fã de Ronaldinho Gaúcho

fama Hobbies Há 20 Horas

Famosos que pularam de bungee jump e fizeram outras loucuras radicais!

mundo Estados Unidos Há 4 Horas

Kamala e Trump travam o que pode ser o embate mais acirrado da história dos EUA

fama Luto Há 18 Horas

Bailarina de Claudia Leitte teve parada cardíaca em ensaio

fama Polêmica Há 19 Horas

Sean Combs, o Diddy, completa 55 anos em meio a processos e denúncias sexuais

politica Justiça Há 3 Horas

Moraes manda Fátima de Tubarão cumprir pena por atos de 8 de janeiro

fama Luto Há 13 Horas

Agnaldo Rayol construiu legado entre a música, a televisão e o cinema

fama Homenagem Há 17 Horas

Adriane Galisteu faz declaração a Senna em semana de homenagens