©  REUTERS/Aaron P. Bernstein
Por um apertado placar de 51 a 50, o Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (25) o início dos debates sobre o projeto do Partido Republicano para alterar a reforma do sistema de saúde realizada pelo ex-presidente democrata Barack Obama, o "Obamacare".
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O voto de Minerva foi dado pelo vice-mandatário dos EUA, Mike Pence, que exerce o papel de presidente do Senado. O projeto também teve o apoio do senador John McCain, diagnosticado com um tumor no cérebro na semana passada e que voltou à Câmara Alta nesta terça para participar da votação.
O resultado dá ao presidente Donald Trump e ao Partido Republicano uma importante vitória, mas também inicia um período de uma semana de debates cujo desfecho é incerto, dado o apertado placar inicial no Senado.
A reforma do "Obamacare" já foi aprovada pela Câmara dos Representantes, em maio passado, mas o governo, sem conseguir garantir os números necessários, havia fracassado em duas tentativas de começar as discussões no Senado.
O sistema criado por Obama obriga todos os norte-americanos a contratarem um seguro saúde, distribuindo subsídios para ajudar a população carente. Já o programa do republicano, apelidado de "Trumpcare", derruba essa obrigatoriedade, além de livrar as grandes empresas da necessidade de garantirem planos de saúde a seus funcionários.
Além disso, no projeto de Obama seguradoras podem cobrar de idosos até três vezes mais que de jovens, enquanto no do republicano esse número sobe para cinco. O Trumpcare também reduzirá a expansão do programa "Medicaid", serviço público para quem está fora do mercado privado, sob a justificativa de diminuir as despesas do governo.
No entanto o projeto encontra uma dupla resistência dentro do Partido Republicano: de um lado, uma parcela da legenda acredita que o Trumpcare é muito brando nas alterações do Obamacare; do outro, uma ala acha que o texto é excessivamente duro e arrisca ampliar o número de pessoas sem seguro saúde.
Uma estimativa feita pela Comissão de Orçamento do Congresso prevê que o projeto de Trump pode deixar mais de 22 milhões de pessoas sem proteção até 2026, sendo 15 milhões já a partir de 2018. (ANSA)