© Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Notícias falsas e comentários alarmistas de cunho islamofóbico alimentam a rede virtual de simpatizantes de Jair Bolsonaro (PSC-RJ), em um ambiente similar ao da campanha que elegeu Donald Trump nos EUA.
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Muitas vezes, os conteúdos giram em círculos, mesmo depois de contestados, abastecendo grupos por semanas.
Em junho, por exemplo, viralizou um áudio atribuído ao senador Magno Malta (PR-ES) - ele nega autoria - em que o narrador anuncia "a invasão de 1,8 milhão de muçulmanos" ao país.Seria supostamente estratégia do governo Temer para agradar a ONU, "que é completamente islâmica", para obter assento permanente no Conselho de Segurança do organismo. Não há sinais de invasão. O país regula a entrada de estrangeiros. A PF diz que foram feitos 1.094 pedidos de refúgios por sírios libaneses e iraquianos neste ano.
Mas a mensagem pede "intervenção hoje". "Espero que Bolsonaro ganhe, pelo amor de Deus", diz o narrador.
O deputado está em campanha para viabilizar sua candidatura à Presidência em 2018. Desde 2016, quando foi batizado pelo pastor Everaldo no rio Jordão, faz acenos ao eleitorado evangélico enaltecendo Israel. Essa agenda acabou por aproximá-lo de parte da comunidade judaica.
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Em um vídeo, há duas semanas, uma simpatizante de Bolsonaro que se identifica como Jane Silva, "pastora e presidente da Comunidade Internacional Brasil-Israel", diz que o ex-presidente Lula (PT) "deu de presente" uma embaixada para a Palestina.
"E para quê? Para trazer o terrorismo, eles financiam o terrorismo no Brasil", disse.O país condena o terrorismo e aprovou lei no passado que tipifica o crime. Tem como praxe doar áreas para embaixadas, como foi feito com a Palestina em 2010.
Em reciprocidade, recebeu doação, em 2015, de terreno em Ramalá. A construção é custeada pelo país estrangeiro.
Ela também mirou o ministro de Relações Exteriores: "Aloysio Nunes recebe ordens no Itamaraty daqui".
O ministro virou alvo por ser autor da Lei de Migração, que estabeleceu regras mais flexíveis para imigrantes. "Os fatos desmentem o ridículo, mas é importante encontrar mecanismos capazes de frear a disseminação de notícias falsas", disse Aloysio. Jane Silva não respondeu à reportagem. Com informações da Folhapress.