© REUTERS/Nacho Doce
Levantamento feito pelo Ibope, com eleitores a partir dos 16 anos, mostra que 81% dos entrevistados querem que o processo contra Michel Temer, por corrupção passiva, chegue ao Supremo Tribunal Federal (STF), a quem cabe denunciar o presidente.
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A pesquisa foi realizada entre segunda e quarta-feira da semana passado. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
A votação da denúncia ocorre na próxima quarta-feira (2), no plenário da Câmara. Para que o processo não seja barrado ou liberado, são necessários 342, dos 513 votos da Casa. O governo, no entanto, consegue impedir o andamento da denúncia se pelo menos 171 deputados apoiar o presidente.
O peemedebista foi acusado pela Procuradoria-Geral da República com base nas delações da JBS. Em áudio entregue aos investigadores, o empresário Joesley Batista, um dos sócios da empresa, aparece em conversa com o presidente. Na ocasião, fala sobre estratégias para atrapalhar a Lava Jato e sobre o pagamento de uma mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha, a fim de mantê-lo calado.
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A pesquisa do Ibope ouviu mil eleitores e foi encomendada pela Avaaz, uma rede de ativistas que faz mobilização social pela internet em todo o mundo. Os números foram divulgados pela rádio CBN, nesta segunda-feira (31).
De acordo com os dados, entre os mais jovens, que têm de 16 a 24 anos, a vontade de tocar a investigação para frente é de quase 90% dos entrevistados. Já 70% dos que têm 55 anos ou mais também pensam assim.
Os eleitores ainda foram questionados sobre a postura dos parlamentares que votarão a denúncia. Para 73% deles, o deputado que votar contra a abertura do processo não merece ser reeleito em 2018.
"O que deu para perceber nessa pesquisa é que a população quer saber a verdade sobre Michel Temer. A estratégia dos deputados de dizer que, no dia 1º de janeiro de 2019, o presidente Temer vai poder responder como um cidadão comum na verdade coloca o Brasil em um suspense. Já imaginou chegar em 2019 e perceber que todas aquelas acusações de corrupção foram verdades?", questiona o representante da Avaaz, Diego Cassais.
O levantamento mostra também que 79% das pessoas consultadas concordaram com a avaliação de que a denúncia é correta e o deputado que votar contra a abertura do processo é cúmplice.