Jucá ataca Requião e chega a comparar senador com cachorro vira-lata

Políticos trocaram ofensas em vídeos publicados em seus perfis nas redes sociais

© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Política Farpas 31/07/17 POR Estadao Conteudo

O líder do governo no Senado e presidente do PMDB, Romero Jucá (RR), em um vídeo gravado na noite deste domingo, 30, fez duras críticas ao senador Roberto Requião (PMDB-PR), que apesar de ser do mesmo partido do presidente Michel Temer, faz parte da ala oposicionista da sigla.

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No vídeo, o líder do governo no Senado diz que viu uma postagem do senador paranaense afirmando que Jucá estaria buscando um laranja para assinar alguma ação no PMDB para expulsá-lo do partido e que a "cachorrada" do paranaense havia se manifestado. "Pelo visto o senador Requião deve estar andando com muitos vira-latas e deve ser igual a eles. Não tenho medo de cara feia, nem de bravata", respondeu Jucá. "O senhor disse que pode soltar seus cachorros em cima de mim, solte, não tenho medo. Não devo nada nem a Policia Federal, nem a lava jato. E não sou réu em nenhuma ação, diferente do senhor que é réu em muitas ações ai no Paraná."

Requião tem feito diversas críticas ao partido e ao governo Temer. Ao ser procurado pela reportagem, disse ao Estado/Broadcast que não se incomodava com as "bobagens" de Jucá que ele e "95% da população" tinham a mesma opinião a respeito do senador e do projeto político do governo. "(O governo) chegou no fim. Não tem mais", disse. Segundo o senador, que é critico ao programa Ponte para o Futuro a condução da economia pelo governo "faliu tudo, é um erro brutal".

PMDB

Jucá afirmou ainda no vídeo que vai levar a situação do senador paranaense para ser discutida na reunião da executiva. Segundo Jucá, as colocações de Requião são "lamentáveis e atrasadas" e fazem parte de uma política "antiga, petista, bolivariana, uma política que não condiz com a realidade que o Brasil precisa viver". "Estamos abertos e vamos discutir o PMDB, com o senhor e quem quiser. Não estava procurando ninguém para entrar com ação no PMDB. Mas agora eu, presidente do PMDB, levarei essa história, essa situação do Paraná, para a reunião da executiva", afirmou.

O líder do governo no Senado criticou ainda a proximidade de Requião com a senadora petista Gleisi Hoffmann (PR) e disse que é para ele fazer "bom proveito" de seus acompanhantes. "Nós vamos ter sim clareza no PMDB porque nós não estaremos no PMDB compactuando com propostas da Venezuela, da Bolívia, ou PMDB do Paraná", ressaltou.

Jucá disse ainda que não há nenhuma irregularidade nas contas do PMDB, mas que no caso do reduto eleitoral de Requião serão feitas investigações. "Estamos investigando que o fundo partidário no Paraná, nas ultimas eleições municipais, gastou 95% na campanha do seu filho. E teve um resultado ridículo, expôs o partido a um vexame", afirmou o líder do governo no Senado em referência a Requião Filho, que disputou a prefeitura de Curitiba.

Para Jucá, o senador paranaense fica "atacando o partido e tentando atrapalhar o que queremos fazer para melhorar o Brasil". "Sua posição não combina com o novo PMDB", afirmou Jucá. "Não tenho medo de brigas, não tenho medo de guerra e partido estará firme defendendo a nossa postura. Espero que o senhor reflita as bobagens que disse. O PMDB não tem medo de enfrentamento e não tem medo de cara feia", completou Jucá.

Requião, por sua vez, rebateu o presidente do PMDB e disse que não teme que a Executiva tome alguma providência contra ele. "Eu acho que o PMDB tem que ter um movimento e se liberar da política que não é nossa", disse, afirmando que o partido não pode ter um programa de "extrema direita" como, na sua avaliação, é o Ponte para o Futuro. "Não existe desenvolvimento sem participação de Estado", afirmou. "É uma bobagem e eles estão querendo transformar o Brasil em colônia".

O senador paranaense afirmou ainda que o seu PMDB é o mesmo do falecido Ulysses Guimarães, que "não rouba e não deixar roubar". "Que eles nos devolvam o Brasil com os corruptos na cadeia, mas nos devolvam a esperança aos trabalhadores."

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