Deputados justificam falta na votação com férias e perda de voo

O deputado Raimundo Gomes (PSDB-CE), por exemplo, não deu as caras no plenário durante a votação da denúncia de Temer na quarta, mas mas estava sorridente no dia seguinte

© Wilson Dias/Agência Brasil

Política ausência 04/08/17 POR Notícias Ao Minuto

A votação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) foi arquivada na última quarta-feira (2) pela Câmara dos Deputados e pode-se dizer que foi graças aos parlamentares ausentes. Registraram presença na Casa 404 deputados, mas não foi obtido número mínimo (2/3 dos deputados) necessário para o prosseguimento da denúncia.

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As justificativas dos deputados ausentes no dia da votação foram, sobretudo, perdas de voo e as férias. De acordo com a reportagem da Folha de S. Paulo, o deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), por exemplo, não deu as caras no plenário durante a votação da denúncia de Temer na quarta, mas mas estava sorridente na Câmara no dia seguinte.

"Não consegui chegar a tempo porque só tinha um voo de Fortaleza para cá pela manhã, às 5h10, e perdi", justificou. Apesar de a votação ter começado apenas às 18h20, o parlamentar afirmou que não conseguiu outro voo para a capital. "Era volta de férias. Fica tudo lotado."

A data da votação da denúncia foi marcada em 13 de julho, e o recesso parlamentar terminou na terça (1º). Apesar disso, 20 parlamentares não compareceram quando foram chamados.

Destes, cinco haviam declarado voto favorável à denúncia anteriormente. Os demais não quiseram se pronunciar e um, Giovani Cherini (PR-RS), havia informado que não votaria por estar tratando um câncer.

Ausentes, os parlamentares ajudaram na vitória do governo, já que era a oposição que precisava conseguir 342 votos pela continuidade da denúncia. Foram 263 votos a favor de Temer e 227 contra.

Na ala jovem do PSDB, que pede o desembarque do governo, dois não votaram: Pedro Vilela (AL) e Shéridan (RR).

A deputada usou as redes sociais para justificar sua falta. Disse que houve um imprevisto em seu voo de volta do recesso. "Infelizmente acontece, não é?" Vilela disse que estava em Brasília, mas teve "um imprevisto pessoal" e não conseguiu ir ao plenário na hora da votação.

Nos bastidores, as explicações variam. No caso de Vilela, a Folha apurou que o parlamentar foi ao plenário, mas desistiu de votar ao ver que sua posição estava derrotada. Gomes de Matos, o tucano que perdeu o voo de Fortaleza, teria sofrido pressão de ambos os lados. Para evitar desgastes, ausentou-se.

Um dado interessante que Folha apurou é que quatro deputados se ausentaram por mortes na família: Eduardo Barbosa (PSDB-MG); Rôney Nemer (PP-DF) e Alexandre Serfiotis (PMDB-RJ).

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