© Ueslei Marcelino / Reuters
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, está com depoimento à Polícia Federal (PF) marcado para o dia 8 de agosto, dentro das investigações da operação Lava Jato, com base nas delações da Odebrecht.
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No entanto, ele quer suspender a oitiva, alegando que a data foi marcada no mês de julho, durante o recesso do Supremo Tribunal Federal (STF), o que teria prejudicado o exercício do direito de defesa.
"De forma alternativa, tendo em vista a oitiva aprazada para o próximo dia 8 de agosto e o exíguo prazo para análise do requerimento acima, e ainda, diante do recente retorno das atividades do Egrégio Supremo Tribunal Federal - sendo certo que a designação da data para sua oitiva ocorreu no mês de julho, ou seja, durante o recesso forense - portanto, a fim de evitar qualquer prejuízo ao investigado, requer suspensão da oitiva (...), o que não gerará qualquer dano para as investigações", diz trecho do documento assinado pelos advogados de Maia, Ary Bergher, Raphael Mattos, Bianca Ales e Danilo Bonfim.
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Além do problema referente à data do depoimento, o presidente da Câmara também pede o desmembramento do inquérito sobre a acusação de que teria recebido pagamentos para aprovar medidas provisórias em benefício da empreiteira. As informações são de O Globo.
A alegação da defesa se baseia na afirmação de um dos delatores, o executivo Cláudio Melo Filho, que disse que o atual presidente da Câmara nada fez para ajudá-lo. Por isso, os advogados de Maia solicitam que ele figure sozinho, em um inquérito separado.
“Tenho certeza absoluta que ele nada fez. Acho até porque não era do Estado dele. Não dizia respeito a ele. Era setor petroquímico. Mas depois, em uma conversa, como eu sabia que podia contar com ele em outra oportunidade, em uma conversa ele perguntou: "Cláudio, você tem como me ajudar? Ficou ainda um resto de campanha para pagar no Rio de Janeiro". Ele tinha sido candidato a prefeito em 2012. Eu aí falei com a empresa e dentro deste pacote acabou se estabelecendo e a gente fez uma contribuição no valor de R$ 100 mil a ele”, disse Cláudio Melo Filho, em trecho do depoimento de sua delação citado pela defesa de Maia.
Atualmente, além do presidente da Câmara, fazem parte do mesmo inquérito e da lista dos beneficiados pelos repasses da Odebrecht os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), além do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
A decisão de aceitar ou não os pedidos caberá ao ministro Edson Fachin, relator dos processos da Operação Lava-Jato no STF.