© Ueslei Marcelino / Reuters
O procurador federal Ivan Cláudio Marx, responsável por investigar as informações repassadas por Joesley Batista de que os ex-presidentes Lula e Dilma receberam cerca de R$ 500 milhões em contas no exterior, disse que há pelo menos três pontos de difícil comprovação no depoimento do empresário.
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"A história dele é incomprovável. Pedimos documentos para comprovar, e não veio nada", afirmou.
As declarações de Joesley constam em delação premiada aos investigadores da Lava Jato. Segundo ele, dinheiro de propinas referentes a contratos da J&F com o BNDES era depositado em duas contas em seu nome, que atendiam às demandas do governo Lula e, depois, de Dilma.
Ainda de acordo com o empresário, os extratos com os depósitos eram entregues ao ex-ministro Guido Mantega, que os mostraria aos ex-presidentes. Esse dinheiro, posteriormente, acabou descontado, durante as campanhas eleitorais.
"Ele diz que as contas teriam recursos em favor dos ex-presidentes, mas as contas estavam em nome do próprio Joesley. Era ele quem operava as contas. Além disso, ele disse que o Guido Mantega havia falado que os dois [Lula e Dilma] sabiam das contas e viam os extratos. Depois, afirmou que teve conversas tanto com Lula quanto com Dilma sobre essas contas. Mas, até agora, só temos a palavra dele. Por fim, disse que o dinheiro saía do Brasil e ia para essas contas no exterior, mas não voltava ao país para fazer as doações. Segundo ele mesmo, o dinheiro das doações não saía dessa conta", disse o procurador.
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Mantega nega as acusações, assim como Lula e Dilma, segundo o portal Uol.
Procurada, de acordo com informações do portal Uol, a defesa de Joesley negou que o empresário tenha mentido e afirmou que os delatores continuam à disposição da Justiça.
Já a Procuradoria-Geral da República disse que, se ficar comprovado que Joesley mentiu em seus depoimentos, o acordo de colaboração pode ser "revisto".