© Jonathan Ernst/Reuters
Centenas de pessoas se reuniram na noite desta sexta-feira (11) em um protesto contra negros, imigrantes, homossexuais e judeus na cidade de Charlottesville, no Estado da Virgínia, nos Estados Unidos. Munidos com tochas e bandeiras de militares confederados, os participantes faziam saudações nazistas enquanto gritavam palavras de ordem.
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Segundo divulgado pela "BBC Brasil" com informações dos próprios participantes, a manifestação é uma prévia do evento "Unir a Direita", que acontece na tarde deste sábado na cidade e deve reunir mais de mil pessoas.
O grupo gritava palavras de ordem como: "Vocês não vão nos substituir", em referência a imigrantes; "Vidas Brancas Importam", em oposição ao movimento Black Lives Matter; e "Morte aos Antifas", abreviação de "antifascistas".
"Sim, eu sou nazista, eu sou nazista, sim", disse um homem.
"Gays, negros, imigrantes imundos, todos eles se manifestam e recebem apoio por isso. Porque quando homens brancos decidem gritar por seus direitos e sua sobrevivência vocês fazem esse escândalo?", questionou um manifestante ao jornalista.
Um pai e uma mãe explicaram o que os fez levar a filha de 14 anos ao protesto: "Eu aprendi com meu pai que precisamos defender a raça branca e hoje estou passando este ensinamento para a minha filha", disse o pai. "Se não fizermos algo, seremos expulsos do nosso próprio país", completou a mãe até que um outro homem a interrompeu: "Vocês estão falando com um estrangeiro. Olha o sotaque dele!", disse ele se referindo ao repórter.
Estudantes negros do campus da universidade da Virginia, onde aconteceu a marcha, e jovens antifascistas fizeram uma "parede-humana" para impedir o avanço dos manifestantes, mas, por estarem em menor número, foram expulsos em poucos minutos.
Manifestantes foram flagrados lançando tochas sobre os estudantes, que responderam com spray de pimenta. A polícia acompanhou o protesto de longe e interviu quando houve confronto.
Com pouco mais de 50 mil habitantes, a cidade que fica a duas horas de Washington foi escolhida como palco dos protestos depois de anunciar que quer retirar uma estátua do general confederado Robert E. Lee de um parque municipal.
Como lembra a publicação, durante a Guerra Civil dos Estados Unidos (1861-1865), os Estados Confederados do sul dos Estados Unidos buscaram independência para impedir a abolição da escravatura. Outras cidades americanas vêm retirando homenagens a militares confederados, o que tem causado polêmicas.