© Antonio Carlos Fraga/ Divulgação
O ex-médico Roger Abdelmassih, 73, apareceu em fotos divulgadas por sua defesa neste sábado (12) usando tornozeleira eletrônica um dia após a Justiça revogar sua prisão domiciliar justamente por falhas no funcionamento dos equipamentos usados pela gestão Alckmin (PSDB) para monitorar a população carcerária do Estado.
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O advogado do ex-médico, Antonio Celso Fraga, disse em entrevista à reportagem que não é possível saber se a tornozeleira usada pelo seu cliente está em plenas condições de funcionamento.
Nas fotografias, Abdelmassih aparece deitado numa cama do Hospital Israelita Albert Einstein, na zona sul da capital paulista, onde está internado desde o dia 7 para conter os avanços de uma superbactéria em seu organismo.
Ele ganhou há cerca de um mês o direito de cumprir a pena de 181 anos por crimes sexuais contra suas pacientes no apartamento onde vivem sua mulher e filhos no Jardim Paulistano, bairro nobre de São Paulo.
Decisão da juíza da 1ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté, Sueli Zeraik de Oliveira Armani, determinou nesta sexta (11) que Abelmassih seja transferido ao Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, no bairro Carandiru (zona norte), para dar continuidade ao tratamento médico. Quando deixar o hospital público, ele será levado para a Penitenciária de Tremembé, segundo decisão judicial.
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A determinação é reflexo do rompimento da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) com a empresa responsável pelo monitoramento de quase 7.000 presos por meio de tornozeleira eletrônica. A decisão de rescindir o contrato com a Synergye Tecnologia foi tomada, segundo o governo, após uma série de ocorrências de mau funcionamento do serviço.
O ex-médico é um dos raros presos, talvez o único no Estado de São Paulo, que cumpre pena domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. O equipamento foi exigência da juíza para permitir que ele cumprisse a pena em casa, após passar cerca de três anos em regime fechado na Penitenciária de Tremembé.
Falhas na emissão de sinal da tornozeleira de Abdelmassih foram registradas desde que ele voltou para casa. O equipamento passou a enviar informações de que ele poderia estar fugindo. O sinal indicava que Abdelmassih estaria distante do apartamento e se locomovendo em alta velocidade. Minutos depois, porém, quando as forças de segurança se preparavam para tentar recapturar o preso, os sinais indicavam que ele estava de volta.
Fraga diz que vai recorrer da decisão e alegou ainda que obteve da 1ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté autorização que dá o direito de Abdelmassih permanecer no Einstein por uma semana. O prazo vence nesta segunda-feira (14).
"Vamos solicitar na Justiça a presença de escolta policial na casa dele porque o Abdelmassih não tem mais condições físicas de voltar para Tremembé", afirma.O advogado do ex-médico promete apresentar recurso contra a decisão no plantão do Tribunal de Justiça de São Paulo neste domingo (13).