'Centrão' pressiona Temer e quer André Moura no lugar de Imbassahy

Partidos do grupo também ameaçam não votar a favor da reforma da Previdência e não apoiar o presidente em caso de uma segunda denúncia

© Valter Campanato/Agência Brasil

Política Instabilidade 15/08/17 POR Notícias Ao Minuto

Depois de apoiarem incondicionamente o presidente Michel Temer durante a votação da denúncia de corrupção passiva, no plenário da Câmara, na última semana, os partidos do chamado "centrão" resolveram pressionar ainda mais o governo.

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Se na semana passada eles afirmavam que não votariam a reforma da Previdência, nesta eles começaram a pedir mudança na articulação política do governo, em uma demonstração clara de insatisfação com o ministro do PSDB Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo.

Eles têm, inclusive, nome para o posto de articulador político do Planalto: o do líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), considerado um representante com trânsito entre deputados do baixo clero

"O governo teve o apoio dos partidos da base, mas não tem dado o tratamento esperado. Se não houver mudança na articulação política do Planalto, a situação no Congresso vai piorar", disse um dos líderes do "Centrão", sem se identificar.

Ele deixou clara a revolta em relação à postura adotada pelo governo no que diz respeito aos partidos da base que não votaram majoritariamente a favor de Temer: PSDB e PSB.

De acordo com informações do portal G1, para apaziguar os ânimos, o Planalto promete, até o final da semana, reorganizar a distribuição de pelo menos 150 cargos de segundo e terceiro escalão entre aliados do governo. 

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Previdência

Já para justificar a decisão de não apoiar a reforma previdenciária, os líderes do PP, PR e PSD - as três principais siglas do grupo -, alegam que, depois do desgaste causado pelo apoio ao presidente, cuja rejeição junto aos eleitores chegou a cerca de 90%, de acordo com as últimas pesquisas de opinião pública, fica inviável votar mais uma reforma polêmica. Ainda mais em ano pré-eleitoral.

"O momento é muito delicado, não temos unidade na bancada para isso [votar a reforma]. Nós esperamos que o governo tenha um sentimento de reagrupação e senso de responsabilidade de saber quem realmente é base e quem não é", afirmou o líder do PP, Artur Lira (AL), na última semana.

Juntas, as bancas de PP, PR e PSD somam 123 deputados. Na votação da denúncia, os três partidos deram 87 dos 263 votos a favor de Temer. Para aprovar a reforma da Previdência, o governo precisa de 308 votos.

Para piorar a situação do Planalto, há ainda a expectativa de uma segunda denúncia, por parte da Procuradoria-Geral da República, contra Michel Temer, dessa vez por obstrução da Justiça, o que desgastaria ainda mais a imagem dele e dificultaria as articulações políticas em prol das reformas.

"A reforma tem que ser votada dentro de uma uniformidade da base, e o governo não tem essa uniformidade. A discussão da Previdência abre a porta para sociedade ir para as ruas, é tudo o que o governo tem de evitar diante de uma segunda denúncia", afirma o líder do PSD, Marcos Montes (MG).

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