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Um teste realizado pela associação de Consumidores Proteste divulgou nesta quinta-feira (17) os resultados da primeira fase dos testes de segurança alimentar. Nesta etapa, o estudo encontrou desde pelo de roedor a inseto morto em amostras de pó de café e farinha de trigo.
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Os testes foram feitos com base no regulamento técnico da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que estabelece os requisitos mínimos para avaliação de matérias estranhas macroscópicas e microscópicas em alimentos e bebidas, assim como seus limites de tolerância. Ou seja, segundo a legislação, cada produto pode trazer certa quantidade de corpos estranhos.
Para verificar a presença de matérias estranhas, como ácaros, pelo de roedor e insetos, a Proteste levou oito marcas ao laboratório, sendo elas quatro de café (Caboclo, Pilão, Melitta e 3 corações) e quatro de farinha de trigo (Dona Benta, Renata, Sol e Rosa Branca).
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De acordo com os resultados, as marcas Caboclo e Pilão não apresentaram matérias estranhas macroscópicas e nem microscópicas. O café 3 corações apresentou 15 fragmentos de insetos em 25g de amostra, mas está de acordo com a legislação.
No entanto, a marca Mellita revelou a presença de 13 fragmentos de insetos e 1 inseto inteiro morto em 25g de amostra, não estando assim de acordo com a legislação que não prevê a presença de insetos inteiros mortos. Isso mostra que pode ter havido falhas no processo de produção, manipulação ou armazenamento do produto.
Em nota, a Mellitta afirmou que desconhece os procedimentos utilizados para o teste dos produtos e reiterou que prima pela qualidade dos produtos. A empresa afirmou ainda que realiza análises periódicas com laboratórios independentes certificados e que em nenhum momento foram encontradas as irregularidades divulgadas pelo Instituto Proteste. A empresa afirmou vai recolher o lote em questão para refazer as análises, em respeito ao consumidor.
Já as amostras de farinha de trigo das marcas Renata, Dona Benta e Rosa Branca estão de acordo com a legislação.
Porém, a amostra da marca Sol revelou a presença de 25 fragmentos de insetos e 1 fragmento de pelo de roedor em 50g de amostra, sendo assim, não está de acordo com a legislação, por conter pelos de rato. Segundo a legislação, os pelos de roedores (que incluem rato, ratazana e camundongo) são potenciais transmissores de doenças.
A fabricante da farinha de trigo Sol, A J.Macêdo, apresentou laudos de laboratório credenciado pela Anvisa que atestam não ter sido identificada nenhuma inconformidade na produção do lote divulgado pela Proteste.
Embora para alguns produtos o regulamento da Anvisa seja tolerante em relação à presença de pelo de roedor, como é o caso do ketchup (1 fragmento em 50 g do alimento), essa regra não se aplica à farinha de trigo: de acordo com a legislação, é permitido que existam 75 fragmentos de insetos em 50g.
Diante dos resultados do teste, a Proteste requer dos órgãos fiscalizadores que os produtos em desacordo com a norma sejam retirados do mercado e pede que seja feita uma revisão na Resolução 14 da Anvisa, por considera-la excessivamente complacente.