© Ricardo Moraes/Reuters
A violência desenfreada no Rio de Janeiro tem refletido não apenas no aumento do número mortes de pessoas inocentes e policiais militares. Crianças e adolescentes, moradores de comunidades como Jacarezinho, Manguinhos e Mandela, na Zona Norte do Rio, onde o índice de criminalidade é um dos mais altos do estado, sofrem com o medo de perder o ano letivo e a própria vida. Uma diretora de um colégio recebeu um áudio de uma das alunas, de 17 anos, que suplicou para que as atividades na unidade de ensino sejam suspensas.
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"Por que você não anula as aulas nesta semana? Porque os alunos não vão. Fica menos perigoso. Muitos querem, muitos até vão, mas se tem um tiro voltam pra casa. Eu não vou estudar esta semana, porque tenho medo de morrer, apesar de eu querer estudar, querer ser alguém na vida", disse a estudante, em áudio enviado na última segunda-feira (14). As aulas foram encerradas mais cedo na escola onde ela estuda por causa da violência na região.
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Uma aluna do 4º ano do Ensino Fundamental da Escola municipal Negrão de Lima, que mora em Manguinhos, também ganhou voz. Ela fez um desabafo, mostrado pelo Extra, afirmando não aguentar "mais viver nesse mundo de tiroteio". "Todo dia é essa guerra. É muito perigoso pra mim. Não aguento mais. Não aguento morar em Manguinhos. Nosso mundo está em perigo, meu Deus", lamentou a criança de 10 anos, que fez o desabafo para mãe, chorando, em meio a uma troca de tiros na comunidade, no último sábado (12).