© Carlos Moura / SCO / STF
A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de fazer com que todos os tribunais do país informem ao órgão, de maneira detalhada, os salários pagos aos juízes, de modo que as informações sejam posteriormente divulgadas no site do CNJ, tem um aliado de peso: o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.
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Em entrevista ao "Blog do Camarotti", no G1, o magistrado defendeu o pagamento de bons salários a juízes e salientou que a "sociedade tem o direito de saber quanto ganha um juiz".
"Acho que juiz é um profissional que tem que ser bem pago. Juiz passando privação, juiz passando necessidade é um risco para a sociedade, mas, evidentemente, essa remuneração tem que ser compatível com as circunstâncias do país, com o mercado de trabalho no qual você disputa o recrutamento dos juízes, porque, se você pagar muito mal, você fica com o que sobrou, e não fica com os bons, e nós queremos recrutar bons", opinou.
"Eu acho que, num espaço público, quer dizer, quem aceita ingressar no serviço público, tem que abrir mão de uma parcela da sua privacidade. Então, eu acho que na iniciativa privada talvez alguém possa legitimamente arguir o direito de privacidade para não revelar quanto ganha. Mas quem ingressar no serviço público eu acho que tem que abdicar dessa prerrogativa. Portanto, qualquer pessoa que queira saber, eu não sei o número redondo, mas eu ganho em torno de R$ 23 mil líquidos. Sou um servidor público e, portanto, eu acho que o que eu ganho não pode ser algo escondido da sociedade", completou