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A célula terrorista que matou 14 pessoas na Espanha na última quinta-feira (17), atropelando pedestres em Barcelona e Cambrils, era possivelmente liderada pelo líder religioso Abdelbaki Es Satty, 45.
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As autoridades espanholas trabalham desde o sábado com essa hipótese, reforçada por buscas feitas em sua casa na cidade de Ripoll, a 100 quilômetros da capital catalã.
O imã -um tipo de líder religioso no islã- teria radicalizado e mobilizado um grupo de até 12 jovens, incluindo menores de idade. Satty já tinha histórico criminoso, e estava detido até 2012 por tráfico de drogas, segundo informações da imprensa local.
O jornal "El País" diz que ele teve contato com detidos pelo atentado que deixou 192 mortos em Madri em 2004.
Pessoas que conviviam com ele disseram ao diário que não havia nada de radical em seu comportamento, e que ele era conhecido pela discrição.
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Satty desapareceu na terça-feira dizendo que viajaria ao Marrocos, mas as autoridades acreditam que ele foi a Alcanar para supervisionar a fabricação de explosivos. Alcanar, a 200 quilômetros de Barcelona, é uma vila de 10 mil pessoas.
Por volta de junho os militantes tomaram uma casa abandonada, expropriada por um banco, e montaram seu laboratório. Ali, manipularam dezenas de cilindros de gás butano e TATP, explosivo tão volátil que é apelidado "mãe de Satã".
A construção explodiu acidentalmente antes da meia-noite de quarta-feira (16), possivelmente matando Satty. As autoridades acreditam que, assustados e sem seu arsenal, os terroristas decidiram antecipar o ataque.
Eles atropelaram pedestres em Barcelona e Cambrils no dia seguinte. Dos 14 mortos, 13 estavam na capital catalã.
Cinco militantes morreram na ação de Cambrils. A polícia deteve outros quatro, mas acredita que o motorista da van de Barcelona esteja foragido. Seria o marroquino Younes Abouyaaqoub, 22.
A polícia de início trabalhava com a hipótese de que o motorista fosse Moussa Oukabir, 17, mas depois determinou que ele foi morto na ação de Cambrils. Morreram também Said Aallaa, 19, e Mohamed Hychami, 24.
É possível, ainda, que três terroristas tenham morrido na explosão de Alcanar, algo por ora não confirmado. Um deles seria o imã Satty, razão pela qual a polícia catalã coletou DNA em sua casa.
O ministro espanhol do Interior, Juan Ignacio Zoido, disse neste sábado (19) que a célula foi "desmantelada".
O governo regional catalão, porém, contestou a avaliação e disse que falta deter "dois ou três" suspeitos.
A facção Estado Islâmico reivindicou os ataques, justificados como atentados contra "cruzados e judeus". Com informações da Folhapress.