© REUTERS/Ueslei Marcelino
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, já fez 21 voos com aviões da Força Aérea Brasileira para seu reduto eleitoral e domicílio familiar, Porto Alegre, só este ano.
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Segundo a Folha de S. Paulo, o principal articulador de Temer, que também é alvo da Operação Lava Jato, alega "motivos de segurança" para não utilizar voos comerciais.
Entre os eventos, Padilha participou de um seminário de uma revista e reunião entre políticos brasileiros e argentinos. Das 21 viagens, apenas três foram anunciadas em sua agenda oficial.
O ministro passou a usar voos da FAB após Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Temer e hoje preso, ter sido hostilizado em um avião. Após o fato, Geddel também passou a utilizar voos da FAB. Foram 13 viagens para Salvador, sua cidade, não detalhadas na agenda oficial.
Desde 2002, voos da FAB só podem ser utilizados por motivos de segurança, emergência médica, viagens a serviço e deslocamento para residência permanente. Mas em 2015, a ex-presidente Dilma Rousseff havia proibido o uso para retorno ao domicílio. O próprio Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União receberam ordem para avaliar possíveis abusos.
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"Infelizmente, o que muitas vezes nós verificamos é que prevalece aquela tradição de que, diante de uma norma restritiva, tenta-se obter uma forma oblíqua de manter práticas em desacordo com ela", disse Mauro Menezes, presidente da comissão de ética.
Padilha afirmou à Folha, por meio de nota, que há o entendimento do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que justifica tal uso por motivos de segurança".