© Nacho Doce / Reuters
Em oito meses à frente da Prefeitura de São Paulo, João Doria enviou apenas dez projetos à Câmara de Vereadores da capital. O número é o menor, em 32 anos, e mostra que os antecessores superaram o tucano com folga.
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Do total de projetos apresentados pelos chefes do Executivo municipal até 8 de agosto do 1º ano de cada mandato, Jânio Quadros, que ficou no poder de 1985 a 1988, lidera a lista, com 56 projetos. Paulo Maluf, de 1993 a 1996, vem em seguida, com 86; Marta Suplicy, de 2001 a 2004, com 46; Luiza Erundina, de 1989 a 1992, segue empatada com Celso Pitta, de 1997 a 2000, cada um com 33 projetos; Fernando Haddad, de 2013 e 2016, tem 25; Gilberto Kassab, de 2009 a 2012, tem 18; e José Serra, que renunciou para concorrer ao governo do Estado e foi substituído por Gilberto Kassab, de 2005 a 2008, tem 13 projetos apresentados.
O dia 8 de agosto foi escolhido porque se refere à data do último envio de projetos do Executivo à Câmara, em 2017, pelo menos até esta segunda (21).
De acordo com informações do portal Uol, um projeto de lei pode ser apresentado à Câmara tanto pelo prefeito como pelos vereadores. Depois de criado, ele é discutido na Câmara dos Vereadores da cidade, onde será aprovado ou rejeitado. Se aprovado, ele segue para sanção ou veto do prefeito.
"Certamente o Executivo tem a leitura de que esse não é um momento bom para enviar projetos à Câmara, já que, mesmo tendo ganho a eleição com uma boa maioria, isso não se reflete ainda na base dele na Câmara; há um atrito. Isso gera um desgaste forte para a imagem dele, e, nesse cenário, é comum que se retarde o envio de matérias até se recompor essa base pela votação de projetos prioritários", afirma o cientista político Renato Eliseu Costa, professor de políticas públicas na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.