© Reuters / Ueslei Marcelino
Sobreviventes e familiares das vítimas do naufrágio de uma lancha na Baía de Todos-os-Santos (BA) na última quinta-feira (24) disseram que parte dos passageiros não conseguiu usar coletes salva-vidas pois eles estariam amarrados. O acidente deixou 18 mortos.
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“Quando a gente conseguia colete, eles estavam todos com nó, amarrados, o que dificultou muito da gente colocar. Tanto que eu coloquei de qualquer jeito, porque não tinha como a gente colocar. Tava cheio de nó, muito nó”, relatou a estudante Juliana Nonanto, de 19 anos.
Outra sobrevivente, Michele Amorim, disse que muitas pessoas tiveram dificuldade em pegar os coletes. "Tinham alguns amarrados. O que a agente conseguiu realmente pegar foram os botes. Quem conseguiu se salvar segurou nestes botes. Colete tinha, mas alguns amarrados, e na hora do pânico algumas pessoas conseguiram, algumas pessoas não conseguiram. Eu não consegui. Eu fiquei no bote, mas não consegui pegar nenhum colete”, contou.
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O presidente da Associação dos Transportadores Marítimos da Bahia (Astramab) Jacinto Chagas disse que a norma não obriga que os passageiros vistam o colete para fazer a travessia entre Salvador e Mar Grande. De acordo com o G1, Chagas também negou que o equipamento de segurança estivesse amarrado.
“Os coletes ficam armazenados em local próprio, visível e de fácil acesso. Alguns utilizam armários, o que também é permitido pela norma. Com relação a dizer que o colete estava amarrado, talvez esteja havendo uma má interpretação. Não estava amarrado junto à estrutura da embarcação. Existe uma cinta que permite, quando a gente está vestido, que o colete fique preso a nosso corpo. Quando ele está armazenado, essa fita prende o colete no próprio colete. Cada colete separado. Não existe o colete ser amarrado à estrutura da Embarcação”, disse.