© José Cruz/Agência Brasil
Os executivos da JBS que assinaram acordo de delação premiada tinham, de acordo com prazo estipulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), até essa quinta-feira (31) para apresentarem informações complementares. No entanto, os advogados do grupo pediram à Corte mais 60 dias, alegando que, dessa forma, terão condições de entregar provas "mais robustas e efetivas".
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O relator da Lava Jato no Supremo, ministro Edson Fachin, analisou o pedido e concedeu tempo extra aos delatores, conforme documento assinado por ele, ainda na noite de ontem (31).
Fachin reiterou que a colaboração segue em conformidade com a Constituição e com a legislação penal, segundo informações de O Globo.
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Quando da solicitação, a defesa ainda argumentou que a JBS fechou acordo de leniência com o Ministério Público Federal e foi dado à empresa o prazo de seis para a apresentação de documentos.
Entre os delatores da empresa estão os irmãos Joesley e Wesley Batista. As delações da JBS foram responsáveis por agravar a crise política no país, ao citarem nomes de peso do cenário nacional, a exemplo do senador Aécio Neves e do presidente da República, Michel Temer.
Temer, inclusive, aparece em áudio gravado por Joesley Batista, durante encontro na "calada da noite" e fora da agenda oficial, no Palácio do Jaburu. Na conversa, o empresário conta a Temer sobre a "compra" de um procurador, com o objetivo de atrapalhar as investigações da Lava Jato, e ainda confessa estar pagando uma mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha, para mantê-lo em silêncio na prisão.
Foi a partir dos depoimentos dos executivos da JBS que a Procuradoria-Geral da República denunciou Michel Temer por corrupção passiva. O processo acabou rejeitado, durante votação no plenário da Câmara, no último dia 2 de agosto.