Beneficiária do Bolsa Família vira microempresária e deixa o programa

Moradora de Floresta do Piauí (PI), Domingas Torres Lima montou uma sorveteria e sonha com um futuro melhor para as filhas

© Reprodução

Brasil piauí 04/09/17 POR Notícias Ao Minuto

Moradora de Floresta do Piauí (PI), município a 350 quilômetros de Teresina (PI), Domingas Torres Lima, 24 anos, tem muito o que comemorar. Há cinco meses ela abriu o próprio negócio, uma sorveteria, com a qual tem conseguido garantir o sustento da família. Assim que melhorou de vida, Domingas fez questão de pedir o desligamento do Bolsa Família – após cinco anos no programa –, dando oportunidade para outras pessoas.

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“Eu fiz a minha parte em fazer a devolução do cartão. Hoje tenho meu próprio negócio, é uma coisa pequena, mas dá para manter eu e minha família. Na verdade, é ilegal receber um benefício desses, sendo que você tem condições de se manter sem. Tem outras pessoas que precisam. Então, foi nisso que eu pensei”, conta.

Sem emprego fixo, o Bolsa Família era a garantia de educação, saúde e alimentação para a filha de Domingas, de 5 anos. Com o dinheiro do programa, a microempresária também conseguiu realizar o sonho de entrar na faculdade. “Eu tenho o ensino médio completo e estou fazendo faculdade de educação física em um instituto particular, à distância. Então, até nisso eu consegui me organizar e me manter, primeiro com o Bolsa Família e agora com a sorveteria”, afirma.

No terceiro semestre da faculdade, Domingas já tem planos de abrir uma academia tão logo se formar. Grávida de quatro meses, ela quer um futuro melhor para as filhas. “Quero manter elas sempre na escola, que é uma coisa muito importante. Terminei o ensino médio há pouco tempo. Então, o que eu quero para elas é isso, o estudo. Quero incentivá-las a se formarem”, acrescenta.

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Inclusão produtiva – Para que existam mais histórias como a de Domingas, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) trabalha na criação de um plano de inclusão produtiva voltado aos beneficiários do Bolsa Família. A intenção é criar uma porta de saída do programa por meio da geração de renda. O pacote de ações prevê oferta de microcrédito e estímulo aos jovens na área de tecnologia da informação, entre outros. Para o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, a iniciativa é essencial para combater a pobreza.

”O objetivo do Bolsa Família é manter as famílias enquanto elas precisam do programa e fazer com que essas pessoas possam progredir na vida. Queremos ajudá-las a ter um pequeno investimento, a estudar mais e a ter um emprego melhor. A intenção é fazer com que todas as famílias possam, a médio prazo, sair da condição de pobreza”, explica.

Outra ação pensada para mudar a realidade das famílias de baixa renda é o Criança Feliz. Coordenado pelo MDS, o programa estimula o desenvolvimento integral de cerca de crianças de baixa renda durante os primeiros mil dias de vida. Com ações nas áreas de saúde, assistência social, educação, cultura e garantia de direitos, a iniciativa orientará as famílias sobre a maneira adequada de estimular o desenvolvimento dos filhos.

Desligamento – Coordenadora do Bolsa Família em Floresta do Piauí, Adelte dos Santos diz que o município tem feito uma mobilização para conscientizar as famílias sobre a saída voluntária do programa. Nesses casos, a própria família procura o setor do Bolsa Família e do Cadastro Único para solicitar o desligamento. Quando isso ocorre, o beneficiário conta com o retorno garantido, ou seja, a volta ao programa nos 36 meses seguintes, em caso de necessidade, sem passar por novo processo de seleção.

 “Quando as pessoas pedem o desligamento, elas estão dando a oportunidade para que outras famílias, que também estão em vulnerabilidade socioeconômica, possam ter acesso ao benefício”, ressalta.

 Saiba mais

O Bolsa Família é voltado para famílias extremamente pobres (renda per capita mensal de até R$ 85) e pobres (renda per capita mensal entre R$ 85,01 e R$ 170). Ao entrar no programa, as famílias recebem o dinheiro mensalmente e, como contrapartida, cumprem compromissos nas áreas de saúde e educação. O valor repassado a cada usuário varia conforme o número de membros da família, idade e renda declarada no Cadastro Único. Com informações do portal do Ministério do Desenvolvimento Social.

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