Maia cobra reação 'dura e rápida' em relação à gravação da JBS

Presidente da Câmara também disse acreditar que omissões colocam em dúvida delação de executivos da empresa

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Política Opinião 05/09/17 POR Notícias Ao Minuto

O presidente da República em exercício, Rodrigo Maia, disse que a divulgação da existência de novos trechos de conversas entre o empresário Joesley Batista e o executivo Ricardo Saud “gera dúvidas” em relação ao acordo de delação premiada celebrada entre o Ministério Público e os controladores do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS e outras empresas.

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Rodrigo Maia compareceu à Câmara para participar de cerimônia de sanção da lei originada do Projeto de Lei 7606/17, do Senado, que cria o Programa de Financiamento Preferencial às Instituições Filantrópicas e Sem Fins Lucrativos (Pró-Santas Casas) no âmbito das instituições financeiras oficiais federais.

Maia disse ainda ter certeza de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai adotar medidas firmes contra os delatores, caso seja comprovada a omissão de informações e o favorecimento do então procurador da República Marcelo Miller à empresa quando ainda atuava como auxiliar direto de Janot.

"É surpreendente, sem dúvida nenhuma. Gera algumas dúvidas em relação à delação da JBS e a relação que o ex-procurador Marcelo construiu com alguns escritórios de advocacia e com algumas empresas. A sociedade, ao mesmo tempo que apoia as investigações contra o presidente da República, também quer ver uma investigação mais firme contra os donos da JBS", disse.

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Defesa do STF

Maia disse não acreditar no envolvimento de ministros do Supremo Tribunal Federal em qualquer irregularidade e classificou eventuais menções a ministros como “conversas entre dois irresponsáveis que querem exibir uma intimidade que não têm” com os membros da Corte.

Maia, que ocupa a presidência da República até amanhã, quando volta de viagem à China o presidente Michel Temer, defendeu ainda Janot e disse acreditar que o procurador-geral agirá de maneira firme caso comprovado ilícito da parte de Joesley Batista e de Marcelo Miller. “Eu não culpo Janot. As pessoas não são obrigadas a saber. Tenho certeza de que ele será contundente contra os donos da JBS e contra o ex-procurador”, disse.

O presidente em exercício disse confiar que a nova linha de investigação sobre a JBS e o eventual envio de novo pedido de autorização para que Temer seja processado criminalmente não vão paralisar a pauta da Câmara. “Vamos avançar na reforma política e, se vier a nova denúncia, vamos votar”, disse.

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