© Rodi Said/Reuters
Investigadores de crimes de guerra da ONU (Organização das Nações Unidas) responsabilizaram pela primeira vez nesta quarta-feira (6) o governo da Síria por ataques com armas químicas durante a guerra civil do país. Segundo relatório da Comissão de Inquérito da ONU, forças sírias usaram armas químicas ao menos 27 vezes durante o conflito, incluindo no ataque letal em Khan Sheikhun, em abril, que deixou ao menos 80 mortos e provocou uma retaliação dos Estados Unidos contra alvos do governo da Síria.
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"Forças do governo mantiveram o padrão de usar armas químicas contra civis em áreas dominadas pela oposição", disse a ONU, que relatou que gás sarin lançado por aviões de guerra do governo atingiu inocentes.
A Comissão rejeitou a ideia de que os ataques aéreos atingiram um depósito no qual eram armazenadas substâncias químicas, como alegado pelo governo do ditador Bashar al-Assad.
Em junho, um estudo internacional da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) já havia concluído o uso do gás sarin na Síria, mas sem informar quem o realizou. Na época, o Assad negou ser responsável pelo ataque químico, o qual atribuiu a facções rebeldes e classificou como sendo "100% forjado".
No total, os investigadores da ONU disseram ter documentado 33 ataques com armas químicas até o momento.Vinte e sete foram cometidos por forças do governo de Assad, incluindo sete entre 1º de março e 7 de julho. Os autores de dos outros seis ataques ainda não foram identificados, segundo o relatório.
A comissão, criada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2011, nunca obteve autorização de Damasco para visitar a Síria. Com informações da Folhapress.