© Moro (Lula Marques/ AGPT), Lula (Reuters)
Depois de ser denunciado por organização criminosa pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e de o ex-ministro Antônio Palocci confirmar que ele recebeu propina da Odebrecht, o ex-presidente Lula será interrogado, nesta quarta-feira (13), pelo juiz Sérgio Moro.
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Na ação penal, o petista é acusado de ter sido beneficiado pela empreiteira com a compra de um terreno para o Instituto Lula e de um imóvel vizinho ao apartamento onde ele reside, em São Bernardo do Campo (SP).
A defesa de Lula tentou suspender o depoimento, mas a Justiça Federal negou recurso, na última quarta-feira (6), e decidiu manter a oitiva, que ocorrerá em Curitiba. A decisão foi proferida pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), com sede em Porto Alegre.
Os advogados do ex-presidente alegavam que Lula não tem condições de prestar depoimento sem ter acesso aos sistemas de informática My Web Day e Drousys, usados pela empreiteira Odebrecht para controlar pagamentos de propina a políticos.
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Ao analisar o caso, de acordo com informações da Agência Brasil, Gebran Neto disse não cabe intervenção prévia na decisão do juiz Sergio Moro, que também negou pedido dos advogados de Lula para suspender o interrogatório.
"Dessa forma, embora ponderáveis os argumentos defensivos de que o material trazido possa justificar a reinquirição de testemunha ou de corréu, não vejo ilegalidade flagrante na decisão de primeiro grau a ponto de autorizar a intervenção excepcional do juízo recursal, ainda mais em sede de habeas corpus, em particular em questão que deve ser solvida em momento oportuno", entendeu o magistrado.
Será a primeira vez que Lula e Moro ficarão frente a frente, após o juiz ter condenado o ex-presidente, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, a nove anos e meio de prisão. Cabe recurso e o petista aguarda em liberdade.