© Adriano Machado / Reuters
Esta semana deve ser tensa no Palácio do Planalto, quando entra na reta final o mandato do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele deixa o cargo no próximo dia 17 e, até lá, a expectativa é que apresente uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.
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Se por um lado, depois da reviravolta envolvendo as delações da JBS, houve alívio por parte do governo - que viu as investigações do Ministério Público Federal (MPF) serem questionadas -, por outro, a partir da prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, viu surgir uma preocupação.
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Os aliados do presidente acreditavam que, após as suspeitas de omissão de fatos pelos executivos da empresa dos irmãos Batista, uma nova acusação contra o presidente, desta vez por obstrução de justiça e organização criminosa, ficaria comprometida.
Isso até a última sexta-feira (8), quando Geddel voltou a ser preso, depois que a Polícia Federal (PF) encontrou cerca de R$ 51 milhões dentro de um apartamento, em Salvador (BA), que seria utilizado por ele. O receio é de que o ex-chefe da Secretaria de Governo de Temer decida fechar acordo de delação.
Isso porque Geddel é tido como um dos homens de confiança do presidente, como citou o delator e suspeito de ser operador financeiro do PMDB na Câmara, Lúcio Funaro. Este, aliás, é outro nome que "causa arrepios" no Planalto. Em depoimento de colaboração premiada, o doleiro chegou a citar Geddel, ao afirmar que ele era “amigo e interlocutor” do presidente, além de “forte arrecadador de doações e propinas”.
Até o momento, Temer não comentou a prisão de Geddel, mas alguns aliados mais francos admitem que há uma tensão no entorno do presidente. Aliados calculam que Geddel pode dizer que agia só ou a serviço de quem estava nessa empreitada milionária. O ex-ministro está preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília.