© Fredy Vieira / Divulgação
O espaço Santander Cultural, em Porto Alegre, enviou mensagens nesta segunda-feira (11) explicando os motivos para o cancelamento da exposição 'Queermuseu - Cartografias da diferença na arte brasileira'.
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A mostra foi encerrada após uma onda de críticas impulsionadas por grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL). Algumas das obras foram classificadas "pornográficas" e "imorais".
No comunicado, o banco informa que "a mostra foi considerada ofensiva por algumas pessoas e grupos" e que "pede desculpas a todos aqueles que enxergaram o desrespeito a símbolos e crenças na exposição Queermuseu".
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O curador da mostra, Gaudêncio Fidelis, diz não ter sido avisado previamente sobre a decisão. "Não fui consultado pelo Santander sobre o fechamento. Fiquei sabendo pelo Facebook. Logo em seguida, recebi uma rápida ligação da direção do museu, em que fui comunicado da decisão. Perguntaram se eu queria saber a opinião do banco sobre o assunto. Respondi que não precisava, uma vez que a nota divulgada já dizia tudo", disse o profissional, em entrevista ao jornal O Globo.
Uma fonte entrevistada pelo jornal afirma que o banco decidiu encerrar a mostra com receio de comprometer a integridade do público e dos funcionários do Santander Cultural, já que agências do banco chegaram a ser pichadas por críticos da mostra.
Leia abaixo a íntegra da nota
Agradecemos seu contato sobre a exposição Queermuseu - Cartografias da diferença na Arte Brasileira.
Reconhecemos que, além de despertar a polêmica saudável e o debate sobre grandes questões do mundo atual, infelizmente a mostra foi considerada ofensiva por algumas pessoas e grupos.
Nós, do Santander, pedimos sinceras desculpas a todos aqueles que enxergaram o desrespeito a símbolos e crenças na exposição Queermuseu. Isso não faz parte de nossa visão de mundo, nem dos valores que pregamos. Por esse motivo, decidimos encerrar antecipadamente a mostra neste domingo, 10/09.
O Santander Cultural tem como missão incentivar as artes e dar luz ao trabalho de curadores e artistas brasileiros, para gerar reflexão positiva. Se esse objetivo não foi atingido, temos o dever de procurar novas e diferentes abordagens. Seguimos, portanto, comprometidos com a promoção do debate sobre diversidade e inclusão, entre outros grandes temas contemporâneos.