Jornal de Brasília é criticado por crônica controversa sobre estagiária

Texto foi publicação na edição desta segunda-feira (11) do Correio Braziliense

© Reprodução

Brasil Leia 12/09/17 POR Notícias Ao Minuto

A crônica intitulada "O primeiro dia de trabalho de Melissinha", do jornalista Guilherme Goulart, publicada na edição desta segunda-feira (11) do Correio Braziliense, dividiu opiniões nas redes sociais. As críticas defendem que Goulart tenha sido machista, mas também há quem veja exagero na repercussão.

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As reações negativas fizeram com que a versão online do texto fosse retirada do ar menos de três horas após publicada. No entanto, o conteúdo está disponível na versão impressa e em cópias compartilhadas na internet.

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No texto, Goulart conta a história de Melissa, de 19 anos, que, segundo o jornalista, com um "decotinho perverso" e as "coxas de fora" teria virado a cabeça dos "representantes da fauna masculina" da redação logo no seu primeiro dia como estagiária do jornal.

"Se dependesse da macalhada, a agora Melissinha tinha lugar assegurado nos céus de Júpiter, Urano, Netuno, Saturno e que deus mais se apresentasse. Era um tal de chocolatinho para cá, cafezinho para lá, que, deve-se admitir, às vezes até ficava chato", escreveu. "Melissa respondia com sorrisos e mais sorrisos. Simpaticíssima, a moça. Agradou em uníssono a gregos, troianos, romanos, esquimós e tupinambás", completou. A jovem "tinha um único defeito: o namorado".

O jornalista termina o texto falando sobre o dia em que Melissa se despediu dos colegas para aceitar uma oportunidade de trabalho na TV, deixando todos "deprimidos". "A mocinha, porém, logo seria esquecida. A morena Daniela, estudante de comunicação social de uma universidade pública de Brasília, deu ontem o ar da graça. É a mais nova estagiária da editoria de Economia", finalizou.

Reação

A página do Facebook “Jornalistas contra o assédio” publicou uma nota de solidariedade à ex-funcionária do Correio Braziliense. “É emblemático que uma perversidade destas seja publicada por um editor em um dos periódicos mais tradicionais de Brasília -- cidade onde o assédio ainda é tão presente nas relações com as fontes. É emblemático também que uma das primeiras pesquisas sobre assédio em redações brasileiras tenha sido conduzida pelo Sindicato dos Jornalistas do DF – segundo a qual quase 80% das jornalistas sofrem assédio moral no ambiente de trabalho. Pelo jeito, e a redação do Correio parece exemplificar isso, o campo a ser pesquisado é bem amplo”, escreveu.

Nos comentários também é possível ler opiniões de pessoas que consideram a reação exagerada. Há também quem acredita haver ironia no texto.

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