© Ueslei Marcelino / Reuters
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entrou na reta final do seu mandato à frente do Ministério Público Federal (MPF), onde encerra suas funções no próximo dia 17, para ser substituído por Raquel Dodge
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Até lá, está empenhado, junto com a sua equipe, em concluir alguns processos considerados primordiais. O principal deles é a revisão da delação dos executivos da JBS, Joesley Batista, Ricardo Saud e Francisco de Assis e Silva.
Depois da divulgação de áudios que levantaram a suspeita de omissão de fatos criminosos, por parte dos delatores, nos depoimentos já prestados aos investigadores, Janot trabalha com a possibilidade de rescindir totalmente o acordo.
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Ele também pediu a prisão temporária de Joesley e Saud, e foi atendido pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Até o fim da sua missão na PGR, ainda quer decidir se pede a renovação da prisão, ou mesmo a conversão da temporária para a preventiva.
Como se não bastasse, pretende apresentar uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, até o dia 14. Prefere evitar o último dia útil de trabalho, que será dia 15, conforme fontes ligadas ao procurador-geral. "Será a mais longa semana da minha gestão", disse Janot a um interlocutor.
Sobre a nova "flechada" em direção a Temer, ainda não se sabe se será feita uma ou duas acusações. Os crimes seriam obstrução de justiça e organização criminosa.
Já a análise do material apreendido nessa segunda-feira, pela Polícia Federal, nas casas de Joesley, Saud, Francisco de Assis e Silva e Marcello Miller, ex-procurador da República suspeito de fazer jogo duplo na elaboração do acordo de delação, deve ficar para a sucessora de Janot, Raquel Dodge.
De acordo com informações de O Globo, acordos de delação em discussão com o gabinete de Janot também ficarão para o gabinete dela.
No meio de tudo isso, o procurador-geral ainda terá de lidar, nesta quarta-feira (12), com a tensão gerada pelo julgamento do pedido feito pelo presidente Michel Temer, para impedi-lo de atuar nos processos envolvendo o chefe de Estado.
Segundo os advogados de Temer, Janot protagoniza uma perseguição pessoal ao presidente e, por isso, querem a anulação das investigações e da denúncia por corrupção passiva, já apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e rejeitada na Câmara, no dia 2 de agosto.
Também amanhã, os 11 membros da Corte analisarão outro pedido da defesa, dessa vez para impedir o andamento de eventual nova denúncia oferecida pelo procurador-geral da República, até que sejam investigadas irregularidades no acordo de colaboração premiada de executivos do grupo J&F, ou até a análise final da suspeição de Janot.