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Vítimas do acidente radiológico com o césio-13, que ocorreu em setembro de 1987, revisitaram o local e relembraram traumas 30 anos após o ocorrido. Relatos envolvem diferentes tipos de humilhações, como serem agredidos em espaços públicos e até lavados "como uma Kombi" durante o processo de descontaminação.
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“Lá no fundo, a gente sofre muito, a gente não deixa de reviver as perdas. Não só materiais, mas principalmente vidas e o direito de ir e vir”, disse Odesson Alves Ferreira.
De acordo com o G1, a contaminação ocorreu após dois catadores de materiais recicláveis desmontarem um aparelho de radioterapia abandonado em uma antiga clínica de radiologia. Quatro pessoas morreram no incidente e outras 249 foram contaminados.
Segundo a reportagem milhares de goianienses foram obrigados a passar por um processo de monitoramento e descontaminação no Estádio Olímpico.
“Dentro dos vestiários, as pessoas eram lavadas como se lava um carro. Usavam vassouras, muita água, sabão e esfregavam. Usavam uma mangueira com um jato bem forte. Fui lavado como uma Kombi”, conta Odesson.
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O motorista Jason Franco Rocha foi outra vítima do contagio. Ele disse que foi ao local atingido diversas vezes para retirar o entulho e transportar para Abadia de Goiás, onde os rejeitos foram enterrados.
"Eu não fiquei com um único dente na boca. Qualquer coisa que você sente você acha que é o césio. Já enterramos colegas vítimas do césio, tem outros em cadeira de roda, que não fala", relata.
Oficialmente, apenas as quatro mortes foram atribuídas ao incidente. "Apesar disso, tem mais de mil pessoas que recebem alguma indenização. Nessa área financeira, eles admitem que as pessoas foram vítimas, mas para o lado do tratamento, não admitem. Eu perdi a palma da mão, e parte do indicador direito e esquerdo. Eu tive que tratar oito doenças distintas, mas nenhuma delas era associada ao acidente oficialmente. Até 2010 a gente recebia medicação para tratar algumas doenças, mas, desde então, estamos sem receber esse tratamento", explica.