© NASA
A NASA lançou no dia 5 de setembro de 1977 a sonda Voyager 1, com a missão de descobrir os mistérios mais profundos do Universo. A data não foi escolhida por acaso: naquele período do verão norte-americano, os quatro planetas gasoso do Sistema Solar estavam alinhados, fato que só ocorre a cada 175 anos.
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Como lembrou a reportagem da Galileu, esse evento foi essencial para o sucesso da missão, já que permitiu que a sonda fosse impulsionada pelas gravidades dos planetas, encurtando (muito) seu tempo de viagem.
Recordação da terra
Enquanto estava sendo desenvolvida, os cientistas tiveram uma ideia: e se colocássemos um registro terrestre na nave? O resultado foi a confecção de discos de cobre coberto de ouro. Cada um com 30 centímetros de diâmetro. Entre as informações carregadas por ele: 115 fotos, sons ambientes, 31 músicas e saudações em 55 línguas diferentes — incluindo uma saudação em português.
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Conquistas
O projeto Voyager 1 foi o que chegou mais longe da Terra, ultrapassando os recordistas anteriores Pioneer 10 e 11. Em 2004 chegou à “borda” do Sistema Solar e oito anos depois, em 2012, saiu definitivamente da área de influência do Sol.
Hoje, ela está a 20,8 bilhões de quilômetros de distância do astro rei, o equivalente a 140 unidades astronômicas (UA) — a UA é a unidade de medida usada dentro do Sistema Solar, 1 UA equivale à distância média entre o Sol e a Terra, ou seja, a Voyager 1 está 140 vezes mais distante do que a Terra está do Sol.
Descobertas
As Voyager 1 e a sua irmã, a 2, exploraram todos os planetas gigantes do nosso sistema: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, 48 das suas luas e os singulares sistemas de anéis e campos magnéticos que esses planetas possuem.
A missão foi a primeira a descobrir vulcões ativos dora da Terra e múltiplas luas dos quatro planetas explorados: três em Júpiter, quatro em Saturno, 11 em Urano e cinco em Netuno. Além de ter proporcionado a primeira detecção de raios em um planeta diferente da Terra (em Júpiter) e levantado a primeira hipótese de existência de oceano fora do planeta, sob a crosta gelada de Europa, lua de Júpiter.
Elas também obtiveram uma série de informações até então desconhecidas, como a medida de intensidade total de raios cósmicos, o campo magnético galáctico e a densidade, todos no meio interestelar. Também fizeram as primeiras medidas do choque de terminação do vento solar e imagens dos anéis de Júpiter, Urano e Netuno — pois é, apesar de ser o mais intenso e bonito, Saturno não é único.
Futuro
As expectativas da NASA são de que as baterias de plutônio das espaçonaves durem pelo menos mais 10 anos, que devem render muitos novos dados a serem estudados pelos cientistas.
A meta dos astrônomos é conseguir coletar mais dados sobre campo magnético, partículas carregadas de baixa energia, raio cósmico, plasma (somente a Voyager 2) e onda de plasma.
Últimos passos
No dia 12 de setembro a NASA confirmou que a Voyager 1 havia deixado o Sistema Solar. De acordo com Ed Stone, cientista do projeto Voyager, dados recebidos confirmavam que a sonda havia deixado uma área de gás ionizado (fora da heliosfera) que servia como transição para chegar até uma região onde não sofreria mais efeitos do Sol. N apublicação do portal UOL, esclareceu-se que esta notícia foi fruto de um mal entendido, já que a nave havia apenas deixado a heliosfera e não o sistema solar.
A emissão então chegou até a sonda e ela começou a vibrar. Essa vibração fez com que fosse então possível medir a densidade do plasma ao redor da Voyager 1. Assim ficou comprovado que a densidade do plasma ao redor da sonda era 40 vezes maior do que o que fora detectado na camada mais distante da heliosfera. Cálculos mostraram que a Voyager 1 deixou portanto a heliosfera no dia 25 de agosto de 2012, e atingiu em setembro de 2013 a distância de 19 bilhões de quilômetros do Sol.
Em setembro a NASA informou que a Voyager 1 havia captado sons do espaço interestelar através de vibrações das ondas de plasma. As ondas detectadas foram amplificadas e reproduzidas para que tivessem uma frequência que pudesse ser ouvida pelos humanos. Os cientistas chegaram à conclusão que as ocorrências tinham uma densidade continuamente crescente.