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A população minoritária muçulmana rohingya foi quase dizimada na cidade de Maungdaw, em Myanmar, de acordo com uma denúncia feita hoje (19) pela ONG de direitos humanos Arakan Project.
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Segundo os ativistas, em toda a zona de Rakhine (enclave muçulmano também chamado de Arracão) há registros de incêndios e perseguições, o que obrigou os rohingyas a abandonarem seus lares. O Arakan Project atua desde 1999 para melhorar as condições dos rohingyas em Myanmar, cuja a maioria da população é budista e onde há históricos conflitos étnicos.
A denúncia apresentada pela ONG local foi corroborada pela Human Rights Watch, que detectou 214 vilarejos incendiados desde o fim de agosto, baseando-se em imagens de satélites. Desde o início do mês, as Nações Unidas denunciam uma perseguição contra os rohingyas, levada a cabo pelo Exército de Myanmar.
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Estima-se que quase 400 mil rohingyas tenham fugido do país em busca de asilo em Bangladesh. A crise começou em 25 de agosto, quando várias delegacias foram atacadas por rebeldes do grupo Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA). Desde então, os militares de Myanmar perseguem e executam de forma indiscriminada qualquer muçulmano. Pressionado para mediar a situação, a Prêmio Nobel da Paz de 1991 e conselheira de Estado, San Suu Kyi se nega a reconhecer a crise.
A líder, que governa "de facto" o país, voltou a dizer hoje que não houve violação nas residências rohingyas. Em um discurso a diplomatas em Naypyidaw, a Nobel da Paz comentou que "mais da metade das residências" está intacta e até convidou os estrangeiros a visitarem os locais para comprovarem a suposta normalidade da situação. San Suu Kyi também afirmou que "não teme" as críticas da comunidade internacional.
Em um discuso na televisão, em rede nacional, o primeiro desde o início da crise, ela disse ainda que "não é intenção do governo atribuir culpa ou se evadir da própria responsabilidade". "Condenamos todas as violações de direitos humanos e a violação da lei. Somos um país frágil e com muitos problema, mas devemos enfrentar todos. Não podemos nos concentrar apenas em alguns deles", comentou. Com informações da ANSA.