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A ligação entre a obesidade e o câncer é cada vez maior, mais grave e mais impactante. São vários os estudos que apontam o excesso de peso como um trampolim para o aparecimento de tumores, tantos quantos os estudos que apontam o dedo para determinados alimentos, como os processados, industrializados e congelados.
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Para Neil Iyengar, investigador na Fundação para a Pesquisa do Câncer de Mama, esta ligação (muitas vezes) mortal entre o excesso de peso e o câncer passou, nos últimos anos, a ser uma "questão pública", um tema que deve ser abordado até mesmo para prevenir males maiores. O peso saudável surge como uma forma eficaz de zelar também pela saúde cardiovascular, explica o especialista ao site da revista Health.
Já o médico Graham Colditz é bem mais direto: "Perder peso vai baixar o risco de diabetes, doenças de coração, derrames, assim como o câncer, por isso, existem muitas boas razões para ficar em forma, equilibrar a comida que comemos com exercício suficiente". Sim, a atividade física regular reduz 13 tipos de câncer, quase o mesmo que o excesso de peso (que anda quase sempre à boleia do sedentarismo) causa. Confira:
Câncer de mama
No pós-menopausa, as mulheres com excesso de peso têm entre 20% a 40% mais probabilidade de desenvolver câncer da mama. Ter um índice de massa corporal cinco pontos acima do considerado normal aumenta o risco em 12%.
No pós-menopausa, a gordura produz ainda mais estrogênio, hormônioa que alimenta o tumor mamário, por isso, gordura a mais pode significar estrogênio a mais e, deste modo, saúde a menos.
Câncer do cólon-retal
Tanto os homens como as mulheres com excesso de peso são mais propensos a ter este tipo de doença. O risco sobe 30% quando comparados com quem tem um peso considerado saudável por causa da resistência à insulina que o excesso de peso tende a provocar.
Câncer do endométrio
As mulheres com excesso de peso estão entre duas a quatro vezes mais propensas a desenvolver tumores nesta parte do útero e, mais uma vez, por culpa da ação que o excesso de gordura tem na produção de estrogênio.
Câncer do esófago
Quando uma pessoa tem excesso de peso, a probabilidade de produzir mais muco ou outros fluídos é maior, situação que pode dar origem ao câncer do esófago, situação que se agrava se em causa estiver ainda a doença do refluxo gástrico (também comum em pessoas com peso a mais).
Câncer da vesícula biliar
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, o risco deste tipo é 20% maior quando se tem peso a mais e 60% maior quando se é obeso.
Câncer renal
A resistência à insulina comum nas pessoas obesas é um dos fatores que faz com que os rins sejam um alvo para o câncer, sendo esta doença comum nas pessoas diabéticas.
Câncer do fígado
Apesar de a hepatite C ser uma das principais causas de câncer hepático, a verdade é que o acúmulo de gordura pode também ter algo a dizer no aparecimento da doença, uma vez que o órgão é alvo de processos inflamatórios que o deixam incapaz de atuar contra as agressões de que é alvo.
Meningioma
Este câncer cerebral é maioritariamente benigno, mas é igualmente impulsionado pelo excesso de peso. Diz o organismo que as pessoas com sobrepeso correm um risco 20% maior, enquanto as pessoas obesas são 50% mais propensas a desenvolver a doença. A ciência já conseguiu encontrar uma ligação entre a gordura acumulada e o impacto que tem no sistema nervoso, mas mais estudos são necessários para perceber a verdadeira causa.
Mieloma múltiplo
Este tipo de câncer no sangue é mais comum entre 10% a 20% nas pessoas com sobrepeso ou obesidade, podendo ser causado pelo processo inflamatório que a gordura causa.
Câncer dos ovários
O risco de tumor nos ovários aumenta em 10% mais chances de contrair a doença.
Câncer do pâncreas
As pessoas obesas correm entre 20% a 50% mais risco de contrair um câncer no pâncreas do que as pessoas com um peso saudável.
Câncer do estômago
Embora não existam ainda evidências totalmente concretas, vários estudos têm apontado o excesso de peso como um dos fatores para o aparecimento do câncer do estômago, estando as suspeitas sob o desregulamento que a gordura provoca no microbioma.
Tireoide
Por cada cinco pontos acima do índice de massa corporal (IMC) normal, o risco de tireoide sobe 10%, podendo ainda impulsionar o câncer da mama ou dos ovários. Em causa, explica a publicação, está o impacto nocivo que a gordura tem nos hormônios.