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Somente um em cada quatro brasileiros conseguiu economizar dinheiro em agosto, e a renda limitada é o motivo apontado por quem não poupou nenhuma parcela de sua renda mensal, mostra pesquisa do birô de crédito SPC Brasil divulgada nesta quarta (20).
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O indicador de reserva financeira calculado pelo SPC Brasil e pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) mostra que 75% dos entrevistados não guardaram dinheiro em agosto, aumento de 3,4 pontos percentuais na comparação com julho.
Segundo o birô, 48% disseram que não conseguiram guardar dinheiro por causa da baixa renda. O desemprego elevado fez com que a ausência de renda fosse mencionada por 16% dos consultados pelo SPC Brasil, enquanto imprevistos responderam por 14% das razões para não poupar. Dificuldade para controlar os gastos e a falta de disciplina aparecem com 13% das menções.
A sondagem indica ainda que apenas 19% conseguiram poupar parte da renda mensal.
Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, afirma que, mesmo que não se poupe um valor expressivo, o hábito de guardar dinheiro ajuda o consumidor a não ultrapassar os ganhos e a manter um maior controle financeiro.
"Se o consumidor for surpreendido por alguma situação que demande dinheiro, e não dispor da quantia, poderá acabar tendo que recorrer a empréstimos e pagar juros que, em geral, são muito elevados. Além disso, é sempre muito inconveniente ter que buscar recursos numa hora ruim. Daí a importância de estar minimamente preparado para fazer frente a esses eventos", diz.
Somente 33% dos brasileiros têm o hábito de poupar, de acordo com a pesquisa. O investimento escolhido por 61% de quem guarda dinheiro habitualmente é a poupança. Fundos de investimentos aparecem com 8%, a previdência privada, com 6%, e CDBs (títulos bancários), com 5%. Mas 19% dizem deixar o dinheiro em casa.
Cerca de 43% dos que deixam o dinheiro em casa citam a necessidade de liquidez. Para 31%, não vale a pena deixar pouco dinheiro no banco. Outros 22% desconfiam das instituições financeiras, mesmo percentual que diz ser inseguro em relação aos bancos e também dos que dizem ter medo de um novo confisco da poupança.
"É importante que o consumidor esteja sempre acompanhando seus investimentos, de forma a garantir que seus ganhos sejam os maiores possíveis. Assim, estudar novas opções e sempre avaliar as diferentes possibilidades de destino da poupança é uma forma inteligente de conseguir otimizar os rendimentos", recomenda o educador financeiro do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli. Com informações da Folhapress.