© Susana Vera/Reuters
A prisão de líderes políticos da Catalunha e o sequestro de cédulas de votação do referendo separatista instauraram um clima de tensão na Espanha, o qual começa a se espalhar também pela Europa. Milhares de pessoas saem às ruas de Barcelona desde a noite de ontem para protestar contra a operação policial que prendeu 14 membros do governo catalão (7 já estão em liberdade) sob ordem de um juiz que investiga o referendo separatista marcado para 1 de outubro.
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A consulta popular é considerada "ilegal" por Madri, que promete fazer o que for necessário para impedir a votação e a separação da Catalunha. Agentes de polícia foram cercados pelos manifestantes, que ficaram até às 3h da madrugada diante da sede da Secretaria de Economia da Catalunha.
Cerca de 40 mil pessoas também passaram a noite na região de Las Ramblas, gritando "Liberdade", "Votaremos" e "Vá embora, força de ocupação". Funcionários do porto de Barcelona boicotaram navios com bandeiras espanholas.
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Além de Barcelona, outras cidades da Catalunha registraram manifestações contra as atitudes do governo de Madri. A discussão chegou até o esporte, com pronunciamentos do tenista Rafael Nada, do técnico Pepe Guardiola e de clubes como o Espanyol. Apesar de toda a pressão do governo de Madri, as autoridades da Catalunha seguem com o referendo. Hoje, foi colocado no ar o site onde os eleitores podem conferir as zonas de votação e informações sobre o pleito. Europa- Em meio à discussão na Espanha, países europeus demonstraram seu posicionamento sobre a independência da Catalunha.
A França disse defender a "Espanha forte e unida". "Em um momento em que o espírito de união e de solidariedade devem, mais que nunca, guiar a renovação do projeto europeu, as autoridades francesas relembram seus laços com uma Espanha forte e unida", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. A União Europeia (UE), por sua vez, segue com atenção os fatos na Espanha, mas preferiu manter o silêncio e destacar a necessidade de uma solução democrática. "Respeitamos a ordem constitucional da Espanha e agiremos como todos os Estados-membros", comentou o porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas. Com informações da Ansa.