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O envelhecimento também afeta a fertilidade do homem, mas de maneira diferente do que o que ocorre com a mulher. “No caso dela, a reserva ovariana se esgota com o tempo, ao contrário do que acontece com os espermatozoides”, explica o médico especialista em reprodução humana, Dr. Ricardo Nascimento, da Clínica Fecondare. “Os homens nunca param de produzir gametas, essa produção só fica menor, conforme a idade aumenta.”
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A capacidade reprodutiva dos homens diminui, gradativamente, a partir dos 35 anos, a mesma idade em que as mulheres podem começar a enfrentar mais dificuldade para engravidar. “Isso não quer dizer, no entanto, que homens mais velhos não possam ter filhos”, esclarece o Dr. Ricardo Nascimento. “Eles, apenas, podem ter maiores contratempos.”
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As mudanças que ocorrem no corpo masculino durante o envelhecimento fazem parte de um processo completamente natural e que, na maioria das vezes, não causa sintomas, portanto, não exige tratamento. As alterações facilmente percebidas no funcionamento geral do organismo são a maneira e a quantidade em que alguns hormônios são produzidos. A queda dos níveis de testosterona é o sinal mais comum, mas, também, pode-se notar a diminuição do tamanho dos testículos, além da produção menor de espermatozoides.
“Não é só a quantidade de gametas masculinos e a concentração deles no líquido seminal que reduz”, comenta o Dr. Ricardo Nascimento. “A quantidade de sêmen também fica menor com o avançar dos anos.” Acontece, ainda, de os espermatozoides apresentarem um formato diferente, tornarem-se menos velozes e sofrerem alterações genéticas que afetam sua qualidade. “O envelhecimento prejudica a fertilidade, ainda, por vir acompanhado de mudanças na produção hormonal e, muitas vezes, pela disfunção sexual, que podem dificultar a reprodução”, acrescenta o médico especialista em reprodução humana.
Como avaliar a fertilidade masculina
O exame recomendado para descobrir se o organismo masculino está produzindo o número esperado de gametas é o espermograma, que pode ser feito em qualquer fase da vida, conforme orientação médica prévia.
Para fazer o teste, o homem coleta o próprio sêmen após três ou quatro dias sem ejacular ou de acordo com a recomendação do médico. A manhã é o período do dia mais adequado para realizar essa coleta. Ela deve ser feita em um laboratório ou hospital, atendendo às orientações para que o resultado não seja comprometido.
As principais características dos espermatozoides observadas na amostra de sêmen são a cor, o odor, a viscosidade, o pH e o volume. Fatores como a concentração de gametas, a motilidade e a morfologia também integram a lista de aspectos analisados.
O homem que possui, pelo menos, 15 milhões de espermatozoides por mililitro de líquido seminal apresenta uma contagem de gametas dentro do que é considerado normal, desde que 50% deles tenham boa motilidade, ou seja, capacidade para chegar às trompas para encontrar o óvulo e consumar a fecundação.
“Caso o exame mostre que há uma quantidade de espermatozoides menor do que o esperado no sêmen, é possível tentar identificar o que está causando isso para buscar reverter a situação ou, então, recomendar a realização de algum tratamento em reprodução humana assistida, quando o homem desejar tornar-se pai”, observa o Dr. Ricardo Nascimento.
Os procedimentos mais recomendados para aqueles que esperam ter filhos são a inseminação artificial e a fertilização in vitro (FIV). Na inseminação, os espermatozoides são inseridos diretamente na cavidade endometrial logo após a indução da ovulação, para que a fecundação ocorra de forma natural. A FIV é feita de maneira diferente. A geração do embrião, nesse caso, acontece fora do organismo feminino.