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Foi por pouco, mas ela conseguiu. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, levou seu partido à vitória nas eleições gerais de ontem (24), consideradas uma das mais importantes para a Europa nos últimos anos devido ao crescimento de movimentos de extrema-direita no continente. O União da Democracia Cristã (CDU), de Merkel, obteve 30% dos votos. Mas, apesar da vitória, foi o pior resultado numérico para o CDU nas urnas desde 1949.
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De acordo com analistas, a rejeição dos eleitores a Merkel foi causada pela política imigratória da chanceler, que concordou em abrir as portas da Alemanha - país de liderança da União Europeia (UE) - para mais de 900 mil refugiados. Em segundo lugar nas eleições, ficou o Partido Social Democrata (SPD), com 20,5% dos votos. A legenda fazia coalizão com a sigla de Merkel, mas já anunciou que passará para a oposição. "O nosso objetivo é assumir um papel de liderança na oposição desse país", disse o candidato Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu.
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O terceiro lugar, com uma votação surpreendente, ficou o Alternativa para a Alemanha (AFD), com 12,6%. O partido deverá conquistar assentos no Bundestag, o Parlamento local, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. Fudnado em 2013 como uma legenda contrária às propostas da União Europeia para ajudar a Grécia em seu resgate financeiro, o AFD ganhou força com a crise migratória de 2015 e 2016, disseminando ideologias xenofóbicas e islamofóbicas. "Um milhão de pessoas, estrangeiras, entraram nesse país e o despedaçaram. Nós, da AFD, não queremos isso", disse Alexander Gauland, co-fundador do partido de extrema-direita.
O AFD foi a sigla que mais cresceu desde as eleições de 2013, conquistando 8,3 pontos percentuais a mais que no pleito passado, quando teve 4,7% dos votos. Seu expressivo resultado nas eleições de ontem gerou protestos na Alemanha, com manifestantes se reunindo diante dos escritórios do partido em Berlim com faixas de "refugiados são bem-vindos".
Com esse cenário, Merkel terá que formar coalizão com outras legendas, como o Partido Verde (8,9%) e os Liberais (9,2%), para poder governar. A chanceler está no cargo há 12 anos e assumirá um mandato de mais quatro anos. No ano passado, desistiu de se afastar do governo justamente porque sabia que as eleições de 2017 seriam difíceis. Mesmo assim, Merkel admitiu ontem que "esperava um resultado melhor" nas urnas.
Efeitos - Apesar de estreita, a vitória de Merkel aliviou o mercado financeiro local. A Bolsa de Valores de Frankfurt abriu em queda de 0,2%, mas operou, depois, em alta de 0,3%, aliviada com a manutenção do governo alemão. Em outros países do continente, os investidores se assustaram com o resultado da extrema-direita e puxaram para baixo as operações. Em Milão, houve leve queda de 0,2%.
"O crescimento da extrema-direita na Alemanha é um sinal negativo para a Itália", disse Antonio Tajani, presidente do Parlamento Europeu. "Mas que o resultado seja bem-vindo, pois significa estabilidade para os mercados", comentou. Líderes europeus que também enfretaram a extrema-direita nas urnas, como o francês Emmanuel Macron, felicitaram Merkel pelo resultado. "Telefonei para Angela Merkel.
Seguiremos com determinação nossa essencial cooperação para a Europa e para nossos países", informou Macron no Twitter. Já o norte-americano Donald Trump, que já demonstrou, em várias situações, divergências com Merkel, ainda não se pronunciou sobre as eleições na Alemanha. Com informações da ANSA.