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A Bolsa brasileira ensaiou uma recuperação nesta terça (26), mas a desvalorização das ações da Petrobras levaram o mercado acionário brasileiro para terreno negativo pela quarta sessão seguida. O dólar fechou em alta pelo segundo dia, com declarações da presidente do banco central americano sobre um terceiro aumento de juros nos Estados Unidos.
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O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas, teve baixa de 0,17%, para 74.318 pontos. O giro financeiro foi de R$ 9,4 bilhões, acima da média diária do ano (R$ 8,3 bilhões).
O dólar comercial subiu 0,28%, para R$ 3,168. O dólar à vista se valorizou 0,45%, para R$ 3,169. Foi o segundo dia de valorização da moeda americana, que ganhou força ante 24 das 31 principais divisas mundiais.
O fortalecimento da moeda americana foi provocado por declarações da presidente do banco central americano, Janet Yellen, nesta terça.
Em discurso, Yellen afirmou que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) precisa seguir aumentando gradualmente os juros nos Estados unidos, mesmo com as incertezas sobre a inflação -o indicador monitorado pelo Fed avança a uma taxa anualizada de 1,4%, enquanto a meta do banco central americano é de 2% ao ano.
A presidente do Fed reconheceu que a autoridade monetária pode ter "julgado mal" fatos importantes como a força do mercado de trabalho e se as expectativas de inflação estão tão estáveis quanto parecem, mas ressaltou que seria "imprudente" manter a política monetária até a inflação voltar para 2% ao ano.
Um dia após elevarem o nível de cautela dos investidores, Estados Unidos e Coreia do Norte voltaram a ficar em segundo plano, embora o país asiático tenha reforçado suas defesas após a maior potência do mundo realizar exercícios militares com bombardeiros próximos à costa leste norte-coreana.
Nesta terça, o secretário de Defesa americano, Jim Mattis, disse que Washington procura uma solução diplomática para resolver a crise com a Coreia do Norte.
No cenário doméstico, o mercado acompanhou a tramitação da segunda denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente Michel Temer.
Apesar do avanço, a expectativa é que o presidente enterre novamente as acusações, afirma Julio Hegedus, economista da consultoria Lopes Filho. A turbulência política, porém, deixa cada vez mais distante a possibilidade de aprovação da reforma da Previdência neste ano, afirma.
"A percepção é de que a Previdência é praticamente impossível de aprovar, e o Temer está gastando o capital político dele para sobreviver. A segunda denúncia trava a tramitação da reforma", diz. "Mas o mercado acredita que a política econômica não vai ser alterada no ano que vem e que vai ser mantida mesmo com o novo presidente eleito."
Nesta sessão, o Banco Central vendeu a oferta de 12 mil contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), para rolar os contratos que vencem em outubro. Até agora, o BC já rolou US$ 4,8 bilhões dos US$ 9,975 bilhões que vencem em outubro.
O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) recuou 0,62%, para 204 pontos.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam em baixa. O DI para janeiro de 2018 recuou de 7,550% para 7,525%. A taxa para janeiro de 2019 teve baixa de 7,310% para 7,260%.
AÇÕES
Os papéis da Petrobras puxaram o índice Ibovespa para baixo nesta sessão. Das 59 ações do Ibovespa, 27 caíram, 29 subiram e três encerraram as negociações no mesmo preço.
A Petrobras recuou acompanhando a desvalorização dos preços do petróleo, em dia de realização de lucros após os barris atingirem o maior valor em 26 meses depois que a Turquia ameaçou cortar as exportações de petróleo da região iraquiana do Curdistão.
As ações preferenciais da Petrobras caíram 1,77%, para R$ 15,56. Os papéis ordinários perderam 1,10%, para R$ 16,14.
No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco subiram 0,19%. Os papéis preferenciais do Bradesco caíram 0,11%, e os ordinários tiveram queda de 0,56%. As ações do Banco do Brasil se valorizaram 0,57%. As units -conjunto de ações- do Santander Brasil tiveram baixa de 1,59%.
A alta de 3% dos preços do minério de ferro, após três sessões de baixa, ajudou a conter a queda do Ibovespa. Os papéis ordinários da mineradora subiram 1,32%, para R$ 31,50. As ações preferenciais avançaram 1,04%, para R$ 29,07. Com informações da Folhapress.