© Joshua Roberts/Reuters
O presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu nesta terça-feira (26) que a Catalunha permaneça unida à Espanha ao se pronunciar sobre o plebiscito de independência da região, programado para o próximo domingo (1º).
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A declaração é feita após encontro na Casa Branca com o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, cujo governo tenta impedir a votação, considerada inconstitucional por violar o princípio de indivisibilidade do país.
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"Eu aposto que, se houver números e apurações precisas, você descobrirá que eles [os catalães] amam seu país, amam a Espanha e não desejariam deixá-la. Por esse motivo, sou favorável à Espanha unida", disse Trump.
"Eu realmente penso que o povo da Catalunha ficará na Espanha. Acho que será ridículo não ficar, se você pensa sobre ficar em um país verdadeiramente grande, bonito e muito histórico."
Rajoy disse que um plebiscito não poderá ocorrer porque não existem organizadores. "Quero que isso seja resolvido o mais rápido possível e que cheguemos a um novo patamar em que prevaleçam a lei, o diálogo e o senso comum."
Nesta terça, a Espanha anunciou que a polícia controlará seções eleitorais para frustrar o plebiscito. Um dia antes, a Procuradoria disse que os organizadores serão acusados de desacato, prevaricação e apropriação indébita.
O representante espanhol na Catalunha, Enric Millo, disse que não haverá um plebiscito efetivo devido à dissolução da comissão eleitoral, o que impediu os separatistas de ter acesso à lista de eleitores e do material de votação.
A medida é parte das ações do governo espanhol para evitar a votação. Anteriormente, Madri aumentou o controle sobre os fundos públicos na Catalunha e prendeu autoridades da região que faziam campanha pela consulta.
Isso levou a uma série de protestos de catalães, assim como acusações de líderes locais de que o governo central estaria retomando a repressão feita ao separatismo durante a ditadura de Francisco Franco (1936-1975).
Se acontecer a votação, a expectativa é que haja vitória do "sim", visto que os favoráveis à independência devem comparecer às urnas com mais peso do que os eleitores partidários da permanência na Espanha.
VENEZUELA
Rajoy e Trump também debateram a crise na Venezuela. O americano pediu à União Europeia que aplique sanções contra o regime de Nicolás Maduro -proposta defendida pelo espanhol, mas ainda não votada pelo bloco.
"Tenho esperança de que nossos amigos na UE sigam em breve EUA, Canadá e muitas nações latino-americanas nas sanções", disse, embora, entre os latinos, só o México tenha anunciado punições contra os chavistas.
No fim de semana, a Casa Branca manteve a pressão sobre a ditadura venezuelana ao incluir membros do regime entre as pessoas impedidas de entrar nos EUA na nova edição do decreto anti-imigração de Trump.
Maduro respondeu nesta terça, ao pedir aos militares que preparem os fuzis. "Fomos ameaçados descaradamente pelo império mais criminoso que já existiu e temos a obrigação de nos preparar para garantir a paz", disse. Com informações da Folhapress.