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O público que frequenta a Biblioteca de São Paulo (BSP), na zona norte da cidade, deixou de devolver 12.210 livros às estantes do espaço. O número equivale a 30% do acervo atual da biblioteca, que possui 40.866 obras. Esse é o maior índice de não devolução entre as bibliotecas públicas da cidade -estaduais e municipais-, que têm um total de 66.588 exemplares atrasados. As 56 unidades geridas pelo Sistema Municipal de Bibliotecas são responsáveis por 52.039 livros desse total.
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Os dados são das secretarias Estadual e Municipal de Cultura e foram obtidos pela reportagem por meio da Lei de Acesso à Informação. A BSP é administrada pela organização social SP Leituras, a mesma responsável pela Biblioteca Parque Villa-Lobos (BVL), na zona oeste. Lá, o número de atrasos é de 2.339 livros, equivalente a 9% de seu acervo total.
O diretor-executivo da SP Leituras, Pierre Ruprecht, afirma que a perda de acervo por não devolução é pequena se comparada ao fluxo de empréstimos que as bibliotecas realizam anualmente. "Entre 2% e 3% dos empréstimos não são devolvidos."
O sócio cadastrado pode pegar até cinco livros por 15 dias, e as renovações são feitas presencialmente, por telefone ou no site das bibliotecas. Caso atrase a devolução, a pessoa é informada da irregularidade por e-mail. São dois dias de suspensão da carteirinha para cada dia atrasado. Sem ela, os sócios não podem retirar novos livros ou usar outros serviços da biblioteca, como o acesso aos 85 computadores com internet e aos jogos eletrônicos.
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O número de não devolução na BSP aumentou 79% de 2011, um ano após sua inauguração, até o final de 2016. No primeiro ano, foram 1.424 livros; no último, 2.554. A biblioteca, que tem 28 mil usuários cadastrados, fez duas campanhas de anistia aos sócios, em 2012 e em 2015. "Buscamos sensibilizar o sócio para a necessidade de devolução, anistiando a suspensão da carteirinha. Na última campanha, observamos um aumento de 7% nas devoluções", diz Ruprecht.
Alguns fatores podem contribuir para a alta taxa de não devolução da unidade.Um deles é seu vizinho, o parque da Juventude. Durante o fim de semana, parte do público que está apenas de passagem pelo parque conhece a biblioteca e retira livros, mas não retorna mais para devolvê-los.
A facilidade para realizar empréstimos também fomentaria o índice. Tanto na BSP como na BVL, basta apresentar o RG na recepção para fazer a carteirinha. No sistema municipal, é necessário apresentar também um comprovante de residência. O fato de o acervo, composto de aquisições e doações, contar com muitos títulos procurados, como best-sellers e lançamentos, também pode contribuir para a não devolução.
Segundo Ruprecht, os livros perdidos não são levados em consideração para a reposição. "É feita uma lista de compra baseada nas necessidades de acervo da biblioteca, na análise dos lançamentos e nos pedidos de sócios", diz. Com informações da Folhapress.