© Reuters / Susana Vera
Em mais um esforço para impedir a realização do plebiscito de independência da Catalunha, a polícia espanhola fechou na manhã deste sábado (30) 1.300 locais de votação, de um total de 2.315.
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Escolas, centros cívicos e outros prédios foram escolhidos pelo governo catalão para funcionarem como centros de votação para o plebiscito, que foi julgado ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol.
Segundo Enric Millo, representante do governo central espanhol na Catalunha, dos locais fechados, 163 estão sendo ocupados por apoiadores do plebiscito, "que estão fazendo, com toda paz e civicamente, atividades culturais, ou esportivas", disse.
A Justiça proibiu a entrada de qualquer pessoa nesses locais e aqueles participam das ocupações deverão sair até as 6h de domingo.
A polícia irá monitorar a entrada de material eleitoral nesses postos e, se isso acontecer, a determinação é que eles sejam apreendidos.
A decisão colocou novamente a Polícia regional catalã, chamada de Mossos d'Esquadra, em uma situação delicada -apesar de se subordinar ao governo separatista, ela fica obrigada a cumprir as decisões judiciais.
Os agentes catalães receberam ordens para não recorrer à violência.
"Convidamos as pessoas que estão dentro desses lugares a saírem", disse Millo. "Não acreditamos que seja necessário" retirá-las à força, acrescentou.
Ele afirmou que se houver "atos de desobediência" no domingo de manhã, os policiais deverão decidir como agir, respeitando "a proporcionalidade".
AÇÕES POLICIAIS
A polícia espanhola ocupou o centro de comunicações do governo catalão na manhã deste sábado.
Segundo um porta-voz da Catalunha, ao menos quatro policiais entraram no centro em Barcelona e era esperado que eles permanecessem no local por dois ou três dias.
A medida foi tomada após o Tribunal Constitucional determinar que as forças policiais deveriam atuar para impedir qualquer forma de votação eletrônica.
O órgão é responsável pela área de telecomunicações e tecnologia da informação do governo regional.
O Tribunal também ordenou que o Google deletasse um aplicativo que estaria supostamente sendo usado para disseminar informações sobre a votação do plebiscito.
A polícia espanhola e o Ministério do Interior não confirmaram a ação.
ESCOLA OCUPADA
Aulas de yoga, sessões de filmes e piqueniques foram organizados em alguns dos aproximadamente 2.315 locais de votação previstos.
Quim Roy, pais de duas meninas, pretende acampar na escola primária Congres-Indians, em Barcelona, até o domingo.Ele afirmou que os pais decidiram em conjunto que mandariam as crianças para casa no fim do dia de sábado, mas que esperava que pelo menos uma dúzia de adultos ficasse para manter a escola ocupada até a votação.
"Eu tomei essa decisão porque temos medo. Quem sabe o que vai acontecer se a Guarda Civil entrar aqui", disse Roy.