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"Um dos objetivos do governo chinês é ampliar fortemente a classe média e o consumo das famílias", disse a senadora, de Pequim, onde a CNA abriu escritório. "Isto terá muitas consequências e uma delas é o aumento do consumo de proteína animal e especialmente bovina. Queremos estar preparados para atender esse mercado." A rede de churrascarias poderá contar com financiamento do BNDES e "total apoio do governo", assegurou Kátia. "Com isto, esperamos que o embargo à carne brasileira possa ser suspenso antes da ida do presidente Xi Jinping ao Brasil, em março ou abril?, continuou a senadora. Hoje, apenas 8 frigoríficos de carne bovina, 8 de suína e 24 de aves estão habilitados pelas autoridades sanitárias chinesas. "Temos em torno de 200 que poderiam tranquilamente exportar para a China."
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Jean Carlo Cury Manfredini, coordenador-geral de Acordos Bilaterais e Regionais do Ministério da Agricultura, informou que o Brasil está terminando de responder um questionário sobre o mal da vaca louca, enviado pelas autoridades chinesas. Com relação às aves, não há restrições, mas "o processo de habilitação é moroso".
Marca
A mesma estratégia de reforçar a marca Brasil será usada pelo setor de café, por meio de uma rede de cafeterias, como fez a Colômbia, com sua rede de franquias Juan Valdez, espalhada pelo mundo. "Estamos formatando ainda", disse Kátia. "O maior produtor e exportador de café do mundo tem que ter sua marca própria."
Em 2013, a China passou a União Europeia (UE) como maior destino das exportações agrícolas brasileiras. Os chineses compraram 24% dos produtos exportados e a UE, 22%. Metade da soja produzida no Brasil é vendida para a China. Somando grão e farelos, foram US$ 11,9 bilhões no ano passado, ou 22,5 milhões de toneladas. Kátia Abreu esteve em missão na UE uma vez nos últimos dois anos, em 2012, e a CNA abriu seu escritório em Bruxelas em junho.
O café é um dos produtos de consumo não tradicional na China nos quais o Brasil quer investir, destaca Clodoaldo Hugueney, embaixador em Pequim entre outubro de 2008 e fevereiro deste ano e atualmente consultor da CNA. Outro é o vinho. "Os preços do café caíram muito nos últimos dois anos", diz ele. "A perspectiva de consumo chinês é uma oportunidade de recuperar o preço. Os chineses tomam 3 xícaras por ano; os brasileiros, 850. Se os chineses passarem de 3 para 10, que não é nada, será um mercado gigantesco." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.