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Boa parte dos cinéfilos que viveram os anos 1980 deve ter visto "Blade Runner - O Caçador de Androides" (1982) na tela errada. A ficção de Ridley Scott foi um dos fracassos do ano nos cinemas, tanto de público como de crítica. O filme ganhou status de cult só depois, em VHS (era pré-DVD, que é pré-Blu-ray, que é pré-streaming), quando também teve o reconhecimento de "especialistas" -e nem tínhamos TV de 452 polegadas com tela plana, widescreen, high definition para apreciá-lo.
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Naquele 1982, o verão hollywoodiano era das ficções. Três produções do gênero disputavam a preferência: "E.T. - O Extraterrestre", "Jornada nas Estrelas 2 - A Ira de Khan" e "Blade Runner". Olhando hoje parecia uma batalha desigual a favor de Steven Spielberg, pai de "E.T.". Mas, na época, a dedução não era óbvia.
Seu filme teve orçamento aproximado de US$ 10,5 milhões, pouco menos que os US$ 11,2 milhões de "Jornada 2". E "Blade Runner"? Custou US$ 28 milhões, mais do que os dois concorrentes juntos.
No elenco, o filme futurista de Ridley Scott também tinha um ponto a favor -contava com o ator mais quente de Hollywood. Harrison Ford já havia estrelado dois longas, como o mercenário de bom coração Han Solo (na saga "Star Wars") e acabara de interpretar o aventureiro Indiana Jones (em "Caçadores da Arca Perdida", 1981). Spielberg só tinha um bando de crianças e uma criatura desconjuntada, enquanto "Jornada nas Estrelas" apostava nos mesmos rostos da TV.
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O resultado é conhecido. "E.T." se tornou, na época, a maior bilheteria de todos os tempos, com US$ 359 milhões. "A Ira de Khan" foi a sexta bilheteria daquele ano, com US$ 78,9 milhões, o suficiente para tocarem mais uma continuação -e outras.
Já "Blade Runner" arrecadou US$ 27,6 milhões, menos do que preciosidades como "Médicos Loucos e Apaixonados". Sua bilheteria foi a 27ª de 1982 -neste ano, o fracasso americano "A Múmia", com Tom Cruise, ocupa hoje a 26ª posição, para comparação.
A pergunta é: por que os executivos resolveram apostar em uma sequência? Especula-se que "Blade Runner 2049" tenha custado em torno de US$ 185 milhões. Certamente a aura em torno do original é uma propaganda para o longa de Denis Villeneuve. Talvez seja pouco para garantir o sucesso, ou uma continuação... em 2049, talvez. Com informações da Folhapress.