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O crescente temor causado pelo separatismo catalão já faz com que grandes bancos e empresas discutam sair da Catalunha e se instalar em outras partes da Espanha. O banco catalão Sabadell, por exemplo, aprovou em uma reunião extraordinária na quinta-feira (5) a transferência de sua sede para Alicante, no sudeste do país.
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Atualmente a instituição está instalada em Sabadell, a 20 quilômetros de Barcelona. Com o anúncio dos planos, suas ações subiram mais de 5% na Bolsa espanhola.
Outro banco, o CaixaBank, o terceiro maior do país, convocou uma reunião de seu conselho administrativo para esta sexta (6) para estudar uma ação semelhante.
A mudança de sede significa que o Sabadell estará sujeito às leis da região de Alicante –e aos impostos municipais e regionais. Mas não quer dizer que seus funcionários terão de se deixar fisicamente a Catalunha.
A movimentação preocupa investidores e deve aumentar a pressão para que líderes separatistas abandonem suas reivindicações, consideradas ilegais pelo governo central em Madri.
O Partido Socialista Catalão exigiu que Oriol Junqueras, vice-presidente catalão, compareça ao Parlamento para explicar saída dos bancos.
O Sabadell justifica sua decisão como uma questão técnica, tomada para proteger os interesses dos clientes. A empresa não se posiciona sobre a indpenedência catalá, disse o chefe do banco, Josep Oliu.
Instituições bancárias já discutiram deixar a Catalunha em anos anteriores, quando houve outros movimentos de independência.
A maior preocupação é que, se a Catalunha por ventura for independente, estará fora da União Europeia. É improvável que um Estado catalão volte a se unir ao bloco econômico, porque seria vetado pela Espanha.
O ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos, insistiu na quinta-feira que não há riscos ao clientes, pois bancos como o Sabadell são "espanhóis, europeus".
Para flexibilizar esse tipo de mudança de sede, o governo espanhol estuda aprovar nesta semana um decreto de lei que facilite a saída de firmas da Catalunha.
O texto deve permitir o deslocamento sem ser necessária a aprovação do conselho de acionistas –algo que trava, por exemplo, o caso do CaixaBank, já que o conselho tomaria semanas para se reunir. O Sabadell não exigia o aval dos acionistas em seu estatuto.
A informação, inicialmente noticiada pela agência Reuters, não foi confirmada pelo governo espanhol.
Além dos bancos, empresas como Oryzon, de biotecnologia, e a operadora de telecomunicação Erona anunciaram que vão retirar suas sedes da Catalunha.
As reações dos bancos e de empresas começam a desenhar a resistência que a declaração separatista catalã pode encontrar.
A associação Empresários da Catalunha, que representa diversos empreendedores na região, decidiu aderir a uma manifestação anti-independência convocada para o domingo (8) em Barcelona. Com informações da Folhapress.