© REUTERS/Toru Hanai
O chamado legado olímpico, tão esperado pela população do Rio de Janeiro, parece ter ficado na mão de poucos. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), uma grande quantidade de dinheiro desviado de obras públicas teria ido direto para as contas do ex-governador do Estado Sérgio Cabral (PMDB) e outros membros da organização criminosa.
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De acordo com a acusação, até mesmo a escolha da cidade como a sede dos Jogos Olímpicos não teria sido democrática.
O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Nuzman, e o seu braço-direto, Leonardo Gryner, teriam pago mais de U$ 2,7 milhões a membros africanos do Comitê Olímpico Internacional (COI) em troca da escolha da Rio-2016. Ambos foram presos nessa quinta-feira (5).
Como cita o "G1" com informações da acusação do MPF, a ordem para a compra de votos teria partido de Cabral, num "contexto de ganha-ganha do esquema criminoso, envolvendo contratos e pagamento de propinas e lavagem de dinheiro". Eles teriam atraído investimento par o Rio que beneficiassem "os 'amigos da Corte' com contratos públicos vantajosos".
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"Diversas obras, anunciadas como "legado" das Olimpíadas de 2016 renderam milhões em pagamento de vantagens indevidas (propina) a Sérgio Cabral e demais membros da organização criminosa", escrevem os procuradores.
Foram registradas irregularidades em, pelos, cinco obras: Arco Metropolitano, Maracanã, Linha 4 do Metrô, Transcarioca e Recuperação Ambiental da Bacia de Jacarepaguá.
Ainda de acordo com a reportagem, há 44 denunciados, alguns mais de uma vez, como o próprio ex-governador, a esposa dele, Adriana Ancelmo, e operadores como Hudson Braga e Carlos Miranda.
Nesta grande 'jogada', o planejamento e execução da vinda dos Jogos Olímpicos para o Rio de Janeiro - a todo custo - foi uma das melhores estratégias de capitalização financeira e política para a organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral, que pôde multiplicar as possibilidades de ganhos ilícitos com a realização de obras e com os contratos de serviços firmados com outros membros da organização, sempre mediante pagamento de expressivas quantias de propinas aos agentes políticos".