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Adiando ainda mais a polêmica declaração de independência, o presidente catalão, Carles Puigdemont, se propôs a comparecer ao Parlamento regional na próxima terça-feira (10). Era até então esperado que ele o fizesse um dia antes, na segunda-feira.
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Se o Parlamento confirmar essa reunião, Puigdemont pode aproveitar a oportunidade para declarar a separação total da Catalunha, que é hoje um território espanhol com alguma autonomia, incluindo sua própria polícia.
O pedido de adiar a sessão está relacionado a uma decisão do Tribunal Constitucional, que na véspera havia suspendido de maneira cautelar o plenário de segunda.
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Essa mesma corte havia também vetado o próprio plebiscito separatista do dia 1º, o que não foi cumprido pelas autoridades catalãs. A consulta contou com 2,2 milhões de votos, o equivalente a 42% do eleitorado local, e teve aprovação de 90%.
A declaração unilateral de independência, se ocorrer na semana que vem, levará a crise espanhola a seu ápice. O governo central em Madri não vai reconhecer a separação catalã. Tampouco o fará a União Europeia, bloco do qual uma Catalunha independente ficaria de fora.
O presidente regional Puigdemont pode ser detido pelo Estado espanhol e responder a uma série de acusações, incluindo uso irregular de fundos públicos, como aqueles empregados em seu plebiscito.
DESCULPAS
A consulta popular de 1º de outubro foi marcada pelo desafio separatista e pela resposta repressiva da polícia espanhola. Quase 900 pessoas foram feridas, segundo o governo catalão, um número já contestado pelas autoridades em Madri.
O delegado do governo central na Catalunha, Enric Millo, lamentou os incidentes e se desculpou nesta sexta-feira (6) pelas consequências da atividade policial no plebiscito. Mas ele responsabilizou, por outro lado, a administração catalã por ter insistindo em uma consulta popular considerada ilegal.
"Isso teria sido evitado se o presidente catalão tivesse pedido que as pessoas não ocupassem os colégios", Millo disse em entrevista à TV3. A polícia enfrentou barreiras policiais em 13 dos 2.315 pontos de votação, ele afirmou.
A Polícia Nacional, que atua em todo o território espanhol, e a Guarda Civil, com atribuições militares, foram enviadas por Madri à Catalunha para impedir o plebiscito de 1º de outubro.
Elas substituíram a polícia regional catalã, os Mossos d'Esquadra. O governo espanhol considera que essa força deixou de cumprir suas ordens e agiu com interesse político, permitindo o voto.
O chefe dos Mossos, Josep Lluís Trapero, compareceu na sexta-feira à Audiência Nacional para uma primeira declaração sobre a acusação de sublevação. Ele nega.
Em paralelo, grupos contrários à separação da Catalunha estão organizando demonstrações em massa para o próximo domingo (8) em Barcelona. A marcha foi convocada pela Sociedade Civil Catalã, organização favorável à permanência na Espanha.
Entre os convidados confirmados está o escritor peruano Mario Vargas Llosa ("Pantaleão e as Visitadoras"), Nobel de Literatura. Com informações da Folhapress.