© Valter Campanato/Agência Brasil
O advogado José Yunes, ex-assessor do presidente Michel Temer, afirmou em depoimento ter recebido um pacote de dinheiro do doleiro Lúcio Funaro, entregue em seu escritório em São Paulo. O destinatário do repasse, estimado em R$ 1 milhão, seria o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
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Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, Yunes diz que não sabia, inicialmente, que o pacote continha dinheiro. “Pelo relacionamento que tenho, ele (Padilha) pediu essa gentileza para mim”, disse o ex-assessor. O repasse seria parcela de um pagamento de R$ 10 milhões que a empreiteira Odebrecht repassou ao PMDB, em 2014, a pedido do então candidato a vice Michel Temer.
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Segundo informações da revista Veja, que obteve o vídeo do depoimento de Yunes, o episódio causou a demissão do ex-assessor, em dezembro do ano passado. Ele afirma que não conhecia o doleiro.
“O que me deixou um pouco atemorizado foi depois que eu passei a saber quem é essa figura do Lúcio Funaro”, contou Yunes. “É uma pessoa que jamais eu poderia ter qualquer convívio”. No entanto, o depoimento dele apresenta contradições. De início, ele fala em "pacotes", no plural, depois diz que o dinheiro foi entregue em embalagem única.
Funaro, preso desde julho, apresenta uma versão diferente sobre o episódio em seu acordo de colaboração. O doleiro diz que pegou uma caixa com R$ 1 milhão no escritório de Yunes e que enviou o dinheiro para o ex-ministro Geddel Vieira Lima, em Salvador.