Com 2ª denúncia, liberação de emendas atingiu mais R$ 1 bi em setembro

Montante representa um crescimento de mais de 400% em relação ao mês de agosto

© Reuters

Política 'Mão aberta' 16/10/17 POR Notícias Ao Minuto

No mês em que começou a tramitar a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, a liberação de emendas cresceu significativamente. Cerca de R$ 1 bilhão foram empenhados para as iniciativas de parlamentares do Congresso Nacional. O montante representa terceiro maior mês em valor de emendas neste ano e crescimento de mais de 400% em relação ao reservado no mês de agosto.

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De acordo com levantamento feito pela ONG Contas Abertas, em junho e julho, R$ 2 bilhões e R$ 2,4 bilhões, respectivamente, foram empenhados para os pleitos dos parlamentares. Nesses meses tramitou a primeira contra Temer na Câmara dos Deputados. Com os valores recorde, aproximadamente R$ 5,6 bilhões já estão comprometidos para as emendas de parlamentares e bancadas.

As bancadas parlamentares estaduais foram as mais beneficiadas pela articulação de Temer para barrar as denúncias. Ao todo, R$ 1,1 bilhão se destinaram às bancadas neste ano. Entre os partidos, PMDB, PT e PSDB estão no topo da lista de “generosidade” do presidente Michel Temer.

+ STF decide hoje se Congresso irá rever medidas contra parlamentares

Já entre os parlamentares, destacam-se os empenhos de emendas para Arnon Bezerra (PTB), com R$ 11,2 milhões, para Leonardo Quintão (PMDB), com R$ 10,9 milhões, e, Marcelo Castro (PMDB), também com R$ 10,9 milhões angariados em emendas.

O valor efetivamente liberado está um pouco abaixo dos empenhos e somou R$ 3,3 bilhões neste ano.

Primeiro nome na linha sucessória da Presidência da República, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse em um jantar com deputados e senadores que Michel Temer deverá enfrentar "dificuldades" para barrar a denúncia que será analisada pela Câmara nas próximas semanas.Segundo relatos de quatro participantes do encontro à Folha, Maia disse acreditar que Temer terá votos suficientes para derrubar a acusação formal da PGR (Procuradoria-Geral da República), mas apontou que o governo cometeu erros no relacionamento com seus aliados e, portanto, encontrará no plenário um ambiente menos favorável do que na primeira denúncia apresentada contra ele.

O encontro foi organizado pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que recebeu para um jantar em sua casa senadores de oposição ao governo, como Renan Calheiros (PMDB-AL), Jorge Viana (PT-AC) e Vanessa Grazziotin(PC do B-AM), além de deputados da base aliada de Temer que são próximos de Maia.Os parlamentares fizeram críticas duras ao governo e chegaram a sugerir a elaboração de uma agenda que poderia ser colocada em prática por Maia caso a Câmara aprove o prosseguimento da denúncia, e Temer seja afastado do cargo.

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